Política

Presidente de comissão sobre crise Yanomami chama a etnia de ‘totalmente primitiva’

O senador Chico Rodrigues afirmou não atuar a favor do garimpo, mas disse ser um defensor ‘do ser humano, seja o índio ou o garimpeiro’

Foto: Graziele Bezerra/ Rádiojornalismo/EBC
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Escolhido para presidir a comissão do Senado que acompanhará a crise humanitária na Terra Yanomami, Chico Rodrigues (PSB-RR) disse que os indígenas são “a última etnia do planeta no século 21 que ainda é primitiva, totalmente primitiva”.

Em entrevista à GloboNews, Rodrigues ainda declarou que a comissão levará em conta os mais de 20 mil garimpeiros ilegais que estavam no território. Segundo ele, o grupo de senadores considera “a questão humana dos dois lados”.

O senador afirmou não atuar a favor do garimpo, mas disse ser um defensor “do ser humano, seja o índio ou o garimpeiro”.

“Não me coloque aqui uma tatuagem que não é minha. Não sou lobista de garimpo coisa nenhuma, nem de ouro coisa nenhuma, apenas acho que o País precisa explorar suas riquezas de forma ordenada, onde for possível, onde não for proibido.”

Rodrigues ganhou notoriedade em outubro de 2020, quando foi flagrado pela Polícia Federal com cerca de 33 mil reais na cueca. O valor foi apreendido durante operação que investigava um suposto esquema de desvio de recursos do combate à Covid-19 em Roraima.

No ano seguinte, o senador defendeu a criação de uma lei a regularizar o garimpo em terras indígenas. Em 2022, ele voltou a se declarar favorável ao garimpo, sob a condição de que as atividades preservassem a natureza e a cultura indígena.

“Sempre de forma responsável garantir, claro, o sustento dessas famílias que são pais e mães trabalhadoras também. Por que não? Nós temos de desenvolver Roraima, desenvolver a Amazônia e desenvolver o Brasil e ponto final”, declarou à época.

A comissão externa do Senado foi criada na última quarta-feira 15. Além de Rodrigues, compõem o grupo Dr. Hiran (PP-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Elizane Gama (PSD-MA) e Humberto Costa (PT-PE). Os parlamentares devem acompanhar as operações de retirada dos garimpeiros do local dentro de 120 dias.

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