PSOL, PT e Rede protocolaram nesta quarta-feira 3 no Senado um ofício em que cobram a abertura, pelo Conselho de Ética, de um processo contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por quebra de decoro parlamentar na compra de uma mansão em um bairro nobre de Brasília. O presidente do colegiado, o senador Jayme Campos (DEM-MT), no entanto, já se pronunciou contra a demanda das siglas.
Os quase 6 milhões de reais gastos por Flávio no negócio são muito superiores à renda de um parlamentar, que ganha 33 mil reais por mês. Além disso, representam um valor quase quatro vezes maior que o patrimônio declarado pelo Zero Um nas eleições de 2018.
Há cerca de dois anos e meio, o total declarado pelo senador ao Tribunal Superior Eleitoral era de 1,7 milhão de reais, incluindo dois imóveis e sua participação em uma franquia da Kopenhagen no Rio de Janeiro.
Além disso, o senador foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso da rachadinha de salários em seus tempos de deputado estadual no Rio.
“Flávio Bolsonaro já está sendo investigado por lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis e de uma loja de chocolates. Ao adquirir essa nova casa, ele dá um tapa na cara da sociedade demonstrando sua certeza de impunidade. O Senado precisa responder rápido e à altura”, afirmou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, em nota.
Os partidos já haviam apresentado em 2019 um pedido de cassação do mandato de Flávio por causa, justamente, da acusação envolvendo a rachadinha.
Nesta quarta, no entanto, o presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), afirmou que a compra da mansão não configura motivo para abertura de processo.
“A mera compra de uma mansão não é pauta para Conselho de Ética. Se há alguma irregularidade nisso, cabe à Receita Federal apurar, não ao órgão do Senado”, declarou Campos ao jornal O Globo.
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