Política

Pressionado sobre propaganda antivacina, Queiroga admite erro em informação sobre morte de crianças

Presidente cobrou do ministro a divulgação de dados, sem comprovação, de efeitos adversos e mortes atribuídas à imunização contra a Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro, junto ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Divulgação
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga reconheceu que repassou informação errada de óbitos que estariam relacionados à vacinação contra a Covid-19.

Nesta segunda-feira 17, Queiroga havia divulgado que quase 4.000 óbitos no País estariam relacionados a reações dos imunizantes.

“Temos na Secretaria de Vigilância em Saúde registrado 1,7 óbito por cada 100 mil doses aplicadas. Isso perfaz cerca 4.000 óbitos onde há comprovação de relação causal com a aplicação da vacina”, disse o ministro.

No entanto, após ser questionado pela Folha, o ministro reconheceu o erro nos dados.

Ainda segundo o titular da pasta, o número divulgado corresponde aos casos de óbitos sob investigação. 

Informações do boletim epidemiológico publicado no fim de novembro de 2021 pelo Ministério, apontam 11 mortes ligadas a efeitos adversos das vacinas. 

O suposto erro do ministro veio após uma cobrança do presidente Jair Bolsonaro para que a Saúde faça propaganda antivacina. 

“Eu cobrei ontem do ministro Queiroga a divulgação das pessoas com efeito colateral. Quantas pessoas estão tendo reações adversas no Brasil pós-vacina? Quantas pessoas estão morrendo por outras causas e estão sendo creditadas ao Covid?”, disse o presidente em entrevista ao canal bolsonarista Gazeta do Brasil.

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