Política
Procurador arquiva investigação sobre suposta intervenção de Michelle Bolsonaro na Caixa
Carlos Lima entendeu que ‘inexiste linha de investigação a ser adotada para se dar continuidade às apurações’
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/04/49160954582_365a2ed042_k-1.jpg)
O procurador Carlos Henrique Martins Lima, que atua no Núcleo de Combate ao Crime e à Improbidade Administrativa do Ministério Público Federal no Distrito Federal, determinou o arquivamento de uma apuração sobre suposta intervenção da primeira-dama Michelle Bolsonaro junto à Caixa Econômica Federal para liberação de empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte a Microempresários (Pronampe) a amigos da família Bolsonaro.
No âmbito do procedimento aberto para apurar o caso, Lima pediu esclarecimentos à Caixa. Em resposta, o banco detalhou como funciona a concessão de empréstimos como tais, alegando “ausência de irregularidade”. Em despacho datado de 13 de dezembro passado, o procurador entendeu que “inexiste linha de investigação a ser adotada para se dar continuidade às apurações”.
A apuração foi aberta após a revista eletrônica Crusoé publicar reportagem, em outubro de 2021, implicando não só a mulher do presidente Jair Bolsonaro, mas também o presidente da Caixa, Pedro Guimarães – com quem a primeira-dama teria tratado pessoalmente sobre os empréstimos a amigos, sem que fossem analisados com os mesmos critérios usados para outros clientes do banco.
A revista publicou e-mail atribuído a uma assessora especial da Presidência da República que mencionou uma “conversa telefônica” entre Michelle Bolsonaro e Guimarães e supostamente tratava do encaminhamento de “documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.