Política
PT se prepara para avalanche de fake news bolsonaristas na reta final da eleição
‘Uma das prioridades da semana é acionar tudo o que for necessário a Justiça Eleitoral para tentar conter essa grande operação’, diz o deputado Alexandre Padilha
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/10/Sem-Título-18.jpg)
Com a liderança do ex-presidente Lula na disputa do segundo turno, o PT espera uma avalanche de fake news contra o partido nos últimos dias de campanha. Seria, na avaliação de petistas, a única arma da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta reta final da eleição.
O ex-capitão aparece em desvantagem em todas as pesquisas dos principais institutos do País. A distância de Lula para o adversário varia de 6 a 7 pontos percentuais nos votos totais.
Entre os petistas, havia uma preocupação na semana passada com uma possível melhora do desempenho de Bolsonaro, mas a declaração do presidente sobre o ‘pintou um clima’ com garotas venezuelanas, a notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende acabar com a correção do valor do salário mínimo e o episódio do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) impediram qualquer crescimento do ex-capitão nas intenções de voto, de acordo com membros do partido.
Com o tempo escasso para ensaiar uma recuperação, Bolsonaro tem usado as suas agendas – principalmente no Sudeste e em alguns estados do Nordeste – para reforçar as pautas morais e de segurança pública. Em discursos, o presidente invariavelmente liga o PT a temas como aborto, ideologia de gênero e drogas.
“Uma das prioridades da semana é acionar tudo o que for necessário a Justiça Eleitoral para tentar conter essa grande operação”, afirmou o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) em contato com CartaCapital. “Mas também vacinar a população brasileira sobre os absurdos que virão de fake news nos próximos dias”.
O parlamentar não descarta que, dado o cenário de favoritismo de Lula a quatro dias do pleito, a campanha de Bolsonaro receba ajuda de aliados da extrema-direita internacional.
“A extrema direita brasileira, aliada com a extrema direita internacional, prepara a maior operação de desestabilização de uma eleição que se tem registro na história”, diz. “Eles enxergam o Brasil como um caso”.
Nesta quarta-feira 26, em comício em Teófilo Otoni (MG), o presidente buscou associar o PT a uma suposta ‘fraude’ de redução das inserções de propagandas da sua campanha em rádios, em especial no Nordeste. Aliados do ex-capitão enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral um relatório em que detalha a denúncia.
“Sou vítima mais uma vez”, disse Bolsonaro no interior de Minas. “Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errado no Brasil que não tenha dedo do PT”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.