Política

Qual o perfil de investidor dos candidatos à Presidência?

Amôedo afirma investir mais da metade de sua fortuna em renda fixa, enquanto Meirelles coloca três quartos em ações

Amôedo afirma investir 217,5 milhões em renda fixa. Meirelles diz ter 283,1 milhões em ações
Apoie Siga-nos no

Com o fim das doações empresariais de campanha, as eleições municipais de 2016 apresentaram ao brasileiro um novo fenômeno da política nacional: os candidatos milionários, capazes de financiar parte de sua própria campanha.

Na ocasião, o principal expoente dessa nova tendência foi João Doria, que hoje disputa o governo de São Paulo. Sua fortuna de quase 200 milhões é inferior, porém, a de dois presidenciáveis desta eleição: João Amôedo, do Novo, e Henrique Meirelles, do MDB, ex-ministro da Fazenda de Michel Temer.

Leia também:
João Amôedo declara maior patrimônio entre presidenciáveis
Temer: “Quem o governo apoia? Parece que é o Alckmin, né?”

Bem-sucedida em sua carreiras no mercado financeiro, a dupla declarou valores impressionantes. Amôedo diz ter 425 milhões de reais em bens. Meirelles fica um pouco atrás: afirma possuir 377,4 milhões de reais. É curioso ver como os candidatos multimilionários se comportam em relação às suas fortunas. Pelo menos segundo a declaração de ambos, o candidato do Novo mostra ter um perfil conservador, enquanto Meirelles é arrojado.

Dos 425 milhões de reais declarados por Amôedo, mais da metade, 217,5 milhões de reais, está investida em aplicações de renda fixa, um investimento mais seguro, mas com retorno geralmente menor, até por conta da queda na taxa de juros no País nos últimos anos.

A renda fixa envolve investimentos com um retorno financeiro já prefixado. São aplicações desse tipo as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA), os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e o Tesouro Direto.

Meirelles aparentemente não abre mão de buscar retornos financeiros maiores, embora se arrisque mais. Ele declara investir 283,1 milhões de reais em ações, ou três quartos de toda sua fortuna declarada. Um perfil extremamente arrojado, típico de quem possui boas informações sobre a flutuação das ações no mercado financeiro.

A declaração de outros candidatos demonstram que o risco não é uma preferência da maioria. Candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro demonstra não ser conservador apenas na política, mas também nos investimentos. Ele diz investir 481 mil reais de seus 2,28 milhões de reais em bens na poupança, que ultimamente tem garantido retornos financeiros muito modestos, bem abaixo das aplicações de renda fixa.

Lula também está longe de ser arrojado. Dos quase 8 milhões de reais declarados pelo petista, 6,3 milhões de reais estão investidos em uma plano de previdência privada. Alckmin também gosta de investir na aposentadoria: dos 1,3 milhão declarados, tem quase 500 mil reais nesse tipo de aplicação.

Há candidatos que dizem não ter sequer recursos para investimentos conservadores ou arrojados. Guilherme Boulos, do PSOL, afirma ter apenas um veículo no valor de 15 mil reais. Já o Cabo Daciolo declarou não possuir qualquer bem.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar