O presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, é considerado foragido após a Polícia Federal (PF) tentar cumprir contra ele um mandado de prisão por suspeita de desvio de 36 milhões de reais do fundo eleitoral.
Em razão das investigações, a PF conseguiu, na última quarta-feira 12, apreender um helicóptero que era usado por ele. Segundo os investigadores, a aeronave – avaliada em 5 milhões de reais – teria sido comprada com dinheiro desviado.
Eleito vereador pela primeira vez em Planaltina de Goiás (GO) nas eleições de 2008, Eurípedes fundou o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) anos depois, em 2013. O partido se uniu ao Solidariedade em 2023. A atual legenda alega que os fatos ocorreram antes da fusão.
Já em 2014, ele se candidatou a deputado federal por Goiás. Naquele pleito, Eurípides obteve pouco mais de 70 mil votos e ficou com a suplência.
Suspeitas de desvio de recursos partidários não são inéditas na carreira do político. Em 2020, por exemplo, ele foi afastado da presidência do PROS, justamente, sob a acusação de desviar recursos do partido.
O ano de 2020 também trouxe outro episódio para Eurípedes: ele foi indiciado por agredir a filha de 19 anos. Um laudo mostrou que a jovem foi ferida com pancada no quadril e mordidas na mão.
Uma discussão entre ambos começou porque Eurípedes queria ficar com o carro dela. Por conta do caso, a Justiça concedeu medida protetiva, impedindo o presidente do Solidariedade de se aproximar da filha.
Após a fuga da PF, Eurípedes foi incluído na difusão vermelha da Interpol, que busca criminosos internacionais.
A suspeita que recaí sobre o político é de que ele usou empresas de fachada, em nomes de laranjas, para desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário na eleição de 2022. O caso foi iniciado a partir de uma denúncia de outros integrantes do PROS e o desvio foi confirmado por Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos.
Após a constatação dos crimes lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento de campanha, a Justiça Eleitoral do DF autorizou a prisão preventiva de Eurípedes e outros seis alvos. 45 mandados de busca também foram determinados, bem como a o bloqueio e a indisponibilidade de recursos e bens.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login