Política
Quem é o deputado do PL que ‘fez o L’ e pode ser expulso do partido
A cúpula da sigla abriu um processo contra Yury do Paredão por ‘não comungar com os ideais do Partido Liberal’
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anunciou a abertura de um pedido para expulsar o deputado federal licenciado Yury do Paredão (PL-CE) da legenda.
O parlamentar “fez o L”, em sinal de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento realizado em 13 de julho.
“Solicitei ao diretório do PL no Ceará a abertura do processo de expulsão do deputado federal Yury do Paredão. Ao que tudo indica, o parlamentar licenciado parece não comungar com os ideais do Partido Liberal”, disse Costa Neto.
Na foto que circulou nas redes sociais, Yury posa ao lado dos ministros Paulo Pimenta, da Comunicação Social da Presidência, e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional.
Em março, o deputado já havia sido alvo de críticas por parte de correligionários ao postar uma foto ao lado de Lula, em agenda no Ceará.
Atualmente, Yury está de licença do mandato. Quem assumiu sua cadeira foi a bolsonarista Priscila Costa (PL-CE). Durante o período de afastamento, ele não receberá salário, segundo a Câmara.
Desde o início do mandato, Yuri tem feito acenos ao governo Lula. Ele foi um dos deputados do partido que votaram a favor do arcabouço fiscal na Câmara.
O tema dividiu a bancada da legenda, que ficou ainda mais perto do racha depois de parlamentares do PL votarem pela aprovação da reforma tributária. A ala mais bolsonarista do partido pediu a expulsão dos 20 deputados que chancelaram a proposta.
Yuri também retirou sua assinatura do requerimento para instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos ataques golpistas do 8 de Janeiro, enquanto o governo articulava para evitar a abertura do colegiado.
Em 2018, ele chegou a ser preso depois de um vídeo em que ele aparece atirando em uma fazenda no Ceará viralizar nas redes sociais. “Vamos ver se ele tem cócegas agora”, diz uma voz ao fundo da gravação, enquanto um empregado tenta se proteger.
Em 2022, o parlamentar recém-eleito foi alvo de mandados de busca e apreensão em uma investigação da Polícia Federal que apura crimes contra a administração pública, como fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Em nota, a Direção Estadual do PL do Ceará informou que, cumprindo a orientação da Direção Nacional, será aberto processo de investigação sobre fidelidade partidária, onde serão ouvidas as partes envolvidas e o resultado dessa investigação, após o amplo direito ao contraditório, será anunciado. “Caso haja a prova de culpa, a punição será aplicada”, concluiu a nota.
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