Racha no PSL: o duelo entre Delegado Waldir e Eduardo Bolsonaro

O partido do presidente Jair Bolsonaro deve conhecer seu novo líder na Câmara após checagem de assinaturas

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O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quinta-feira 17 que, caso seu celular tenha sido grampeado, foi um ato de desonestidade. Na quarta-feira 16, a revista Época divulgou um áudio em que o presidente aparece pedindo apoio a deputados do PSL para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO). Ele é ligado ao presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e tem feito críticas públicas a Bolsonaro. O governo tenta emplacar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, como líder da bancada.

Ainda na quarta-feira, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), anunciou que 27 dos 53 deputados do PSL assinaram um requerimento em apoio a Eduardo como novo líder da legenda. O deputado chegou a se anunciar como novo líder do partido, afirmando que ficaria no cargo até dezembro.

“Inicialmente, eu não queria ser líder, mas é o nome em que tem a maior convergência dentre os deputados e, dessa maneira, o meu compromisso aqui é ficar até dezembro, oportunidade em que, em princípio, nós teremos eleições no partido para escolher o líder a partir do ano que vem”, declarou o filho do presidente.

 

Logo na sequência, no entanto, o deputado Delegado Waldir apresentou uma lista com 31 assinaturas para retomar a liderança. Somadas, as duas listas continham 58 assinaturas, cinco a mais que o número de deputados do partido (o PSL tem 53 deputados).

Pelas regras internas da Câmara, a escolha do líder partidário é oficializada por documento endereçado ao presidente da Casa, atualmente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O texto deve conter a assinatura da maioria absoluta dos integrantes da sigla.


O anúncio do resultado é esperado por volta das 12h desta quinta-feira, conforme anunciou Maia ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1. O presidente da Câmara disse ter sido informado pela Secretaria-Geral sobre a existência de três listas com assinaturas de deputados do PSL, uma delas para manter Waldir na liderança e duas para retirá-lo do posto. Ele afirmou que aguarda a checagem das listas pela Secretaria-Geral para anunciar o resultado.

A crise entre Bolsonaro e o comando do PSL se acentuou na semana passada, quando o presidente orientou um apoiador a esquecer Bivar que, na opinião dele, está “queimado”. Bivar disse que a fala era “terminal” na relação entre Bolsonaro e o partido, ao qual o presidente é filiado.

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