Política

Rito processual não foi cumprido, diz Goldman sobre expulsão do PSDB

Nota do diretório nacional informou que decisão referente ao ex-governado e Saulo de Castro é inócua. Outros 15 integrantes também foram expulsos

Alberto Goldman falou em rádio que decisão do diretório municipal é inócua
Apoie Siga-nos no

João Jorge, presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo, expulsou na segunda-feira 8 o ex-governador de São Paulo e vice-presidente do diretório estadual do PSDB, Alberto Goldman, da legenda por infidelidade partidária.

Inimigo de longa data do candidato ao governo de São Paulo, João Doria, Goldman declarou apoio a Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno da eleição para governador. Além dele, Saulo de Castro, ex-braço direito de Geraldo Alckmin no governo do estado e também outros 15 integrantes da legenda foram expulsos.

Leia mais:
O carreirismo de Doria divide a base do PSDB em São Paulo
Tucanos criticam Doria após ele chamar ocupantes de prédio de facção

Em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta terça-feira 9, Goldman afirmou que o diretório municipal não cumpriu as normas internas do partido, que orientam como o processo de expulsão deve ser feito.

“Quer pedir minha expulsão? Pode fazer, o estatuto diz isso. O estatuto permite que qualquer filiado peça a expulsão de alguém, mas tem um rito processual. Existe uma forma que o estatuto determina como a coisa anda, como é o direito de defesa e os recursos. Tudo isso está previsto. Eles acham que têm o AI-5 na mão”, disse.

Sobre se apoiará Márcio França (PSB) no segundo turno, o tucano não respondeu, mas foi categórico em se posicionar contra Doria: “Tenho uma posição clara desde antes. Sou contra o seu João Doria pela conduta que ele sempre adotou em relação a uma série de problemas na cidade de São Paulo”.

Goldman afirmou ainda que Doria foi um péssimo prefeito e que não fez gestão nenhuma. “Ele é um homem que não respeito o seu caráter e sua forma de agir desde há muito tempo.”

Em nota, o diretório nacional do PSDB afirmou que o diretório municipal não tem competência para expulsar os dois [Alberto Goldman e Saulo de Castro], uma vez que ambos integram, respectivamente, os diretórios nacional e estadual do partido. “A decisão é arbitrária e inócua”, diz a nota.

O documento não se refere, porém, aos outros 15 integrantes da legenda que também foram expulsos. São eles: Rafael Marucci, Pedro Abreu, Caique Mafra, Rafael Dias, Victor Leite, Rodney Jesus Mendonça, João Marcos Badaró, Ricardo Carvalho, Matheus Gralhos, Felipe Moreira, Sabrina Brunieira, Donozete Beck, Marco Lincon, Flávio Beal e Cristian Hessel.

CartaCapital procurou a assessoria de imprensa de João Jorge e perguntou qual norma interna utilizada no processo de expulsão , mas até o fechamento deste texto o site não obteve uma resposta.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo