Política

Rodrigo Maia reedita Cunha e faz manobra para aprovar urgência

Mesmo com o embuste, governo conseguiu apenas 30 votos a mais do que o necessário

Rodrigo Maia reedita Cunha e faz manobra para aprovar urgência
Rodrigo Maia reedita Cunha e faz manobra para aprovar urgência
Apesar do resultado positivo, a votação indica descontrole da base aliada
Apoie Siga-nos no

A Câmara dos Deputados viu seu presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fazer uma manobra, na noite desta quarta-feira 19, para conseguir a aprovação de um requerimento que coloca em regime de urgência a proposta de Reforma Trabalhista.

A solicitação já havia sido rejeitada na sessão de terça 18, quando o governo não conseguiu os 257 votos necessários para a aprovação. Mas, um dia depois, foi colocada em votação novamente e acabou sendo aprovada, por 287 votos a 144. O embuste era algo conhecido da gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – ex-presidente da Câmara condenado a 15 anos de prisão.

Apesar do resultado positivo para o governo, a votação indica um descontrole da base aliada por parte do Palácio do Planalto. Foram apenas 30 votos a mais do que o necessário para fazer passar um simples requerimento. Maia e a os parlamentares governistas já haviam cogitado tentar a manobra na terça, logo após o revés, mas recuaram por receio de um novo resultado negativo.

Mesmo diante de críticas, a estratégia adotada pelo governo para conseguir aprovar a urgência foi a de estender a sessão até que o quórum alcançasse o maior número possível. No momento da segunda votação, início da noite, eram 432 parlamentares presentes.  A oposição usou cartazes e os discursos para acusar Rodrigo Maia de usar o “método Cunha” no Congresso.

Além disso, os caciques partidários passaram o dia pressionando os parlamentares que haviam votada contra a urgência no dia anterior. Isso porque até o mesmo o PMDB, partido do presidente Michel Temer, havia registrado oito votos contrários ao regime de urgência na primeira votação — foram 8 traições de um total de 48 votos. O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (PMDB-SP), por exemplo, pressionou os “traidores” e conseguiu reverter o número de votos contrário para cinco.

A aprovação do regime de urgência para a reforma trabalhista abre a possibilidade da proposta poder ir à votação em Plenário nas próximas sessões. O assunto, no entanto, somente deve voltar a ser analisada em Plenário na semana que vem.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo