Política

Rota mata duas pessoas na Baixada em ação após morte de PM; policial é baleado

Mortes por tiros ocorreram horas depois de policial ser baleado em patrulhamento morrer

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) mataram duas pessoas na madrugada de sexta-feira (2) para sábado (3) na Baixada Santista. As mortes ocorreram horas depois da morte de um policial da Rota que havia sido baleado em patrulhamento também na Baixada.

O nome dos mortos ainda não foram divulgados. De acordo com informações divulgadas pela própria PM-SP, eles teriam tentado atirar em policiais. Um agente da Rota, de 33 anos, teria sido atingido no braço.

Na manhã deste sábado (3), o secretário estadual de Segurança, Guilherme Derrite –que foi agente da Rota–, anunciou via redes sociais uma nova operação na Baixada Santista. Ele escreveu dizendo que estava pessoalmente em Santos. Informou também que a nova operação tinha como objetivo “localizar criminosos que covardemente balearam o soldado Cosmo, policial da Rota, em região sob influência do crime”.


Samuel Wesley Cosmo foi baleado por volta das 17h20 de sexta-feira (2), em Santos. Sua morte foi confirmada horas mais tarde.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se posicionou sobre a morte de Cosmo na noite de sexta (2). Prometeu identificar e prender os responsáveis pela morte.

Derrite, no final da manhã, falou sobre o ferimento de um policial e disse que “criminosos haviam sido neutralizados”.

Operação Escudo

Deflagrada depois da morte de um soldado da Rota no último 27 de julho, a Operação Escudo matou 16 pessoas e prendeu outras 296 em menos de duas semanas. As hipóteses sobre o que pode estar por trás da chacina policial exaltada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) extrapolam a simples vingança.

Outra fase da operação ocorreu entre setembro e outubro. Oito pessoas foram mortas após um ataque contra um policial militar aposentando.

Ativistas e jornalistas especulam se esta, que é a mais letal intervenção institucional da polícia de São Paulo desde o Massacre do Carandiru em 1992, estaria preparando terreno para a instauração de milícias – modelo tão disseminado no estado de origem do governador, o Rio de Janeiro.

Desde a deflagração da operação, agentes fizeram novas incursões na Baixada Santista após policiais serem feridos na região.

Procurada pelo Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que “as Polícias Civil e Militar estão empenhadas na localização e prisão dos envolvidos nos recentes ataques aos policiais militares na Baixada Santista”. “As ações policiais visam restabelecer a ordem e seguem o rigor da lei, sendo que eventuais irregularidades são, devidamente, apuradas”, acrescentou.

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