Saída de Nelson Teich repercute negativamente entre lideranças políticas

O ministro não completou um mês no cargo e pede demissão 29 dias após Luiz Henrique Mandetta ser demitido por Bolsonaro

(Foto: Erasmo Salomão/MS)

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O pedido de demissão do ministro Nelson Teich nesta sexta-feira 15 repercutiu negativamente entre lideranças políticas. É a segunda troca do principal cargo do ministério em meio à pandemia do coronavírus. Teich não completou um mês no cargo e pede demissão 29 dias após o então ministro Luiz Henrique Mandetta ser demitido.

O ex-ministro Mandetta retomou a mesma declaração que fez ao deixar o cargo: “Força SUS. Ciência. Paciência. Fé!”, escreveu.


O governador do Maranhão, Flávio Dino, cobrou uma gestão séria e competente ao País.

O governador do Rio de Janeiro, Wilzon Witzel, lamentou a saída de Teich e disse ao presidente Bolsonaro que “ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal”.

O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que “com método e paciência, Bolsonaro vai destruindo o Brasil e semeando a morte e o descrédito”.

O deputado federal Marcelo Freixo destacou que Teich foi fraco frente ao cargo mas que “sua saída sinaliza que Bolsonaro vai jogar de forma ainda mais agressiva com a vida dos brasileiros, atacando o isolamento social e orientações das autoridades de saúde e cientistas”.

O governador João Doria se manifestou durante a coletiva de imprensa do Estado sobre as atualizações dos casos de coronavírus. “Presidente Bolsonaro, lembre que até o presente momento 14 mil brasileiros perderam suas vidas. 14 mil famílias perderam seus entes queridos. Não estamos em uma brincadeira, não estamos em um campeonato de jet-ski, não estamos disputando tiro ao alvo, não estamos fazendo churrasco no jardim da Alvorada. Estamos enfrentando uma gravíssima crise de saúde, de vida e economia”.

“O Brasil acorda assustado com crises diárias, agressões gratuitas à democracia, à Constituição, às instituições, ao Congresso, ao STF, à imprensa, aos jornalistas… a ministros do seu próprio governo como o senhor fez e continua a fazer. Fez com Gustavo Bebbiano, fez com Santos Cruz, fez com Sergio Moro, fez com Luiz Henrique Mandetta, e agora fez também com Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, governe. Pare de colocar o País dentro de um caldeirão interminável de brigas e atritos. O Brasil, para vencer a pandemia precisa estar unido, e em paz”.

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