“Se existe a desinformação é porque interessa a alguém”, diz Toffoli sobre inquérito das fake news

'Trata-se de uma máquina de desinformação, com robôs, perfis falsos, para desacreditar instituições e autoridades', disse presidente do STF

Foto: Rosinei Coutinho/STF

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou em um webinar que concorda com o bloqueio de diversas contas bolsonaristas na rede social Twitter, desencadeada pelo inquérito das fake news, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

“O que se investiga no inquérito vai além de manifestações contundentes contra a Corte. Trata-se de uma máquina de desinformação, com robôs, perfis falsos, para desacreditar instituições e autoridades”, afirmou. “Se isso estivesse ocorrendo em plataformas tradicionais, os acionistas estariam sendo responsabilizados”, completou o ministro.

Na sexta-feira 24, contas de blogueiros, empresários e assessores ligados ao presidente Jair Bolsonaro após uma decisão judicial associada ao inquérito das fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal.

Entre os nomes, estão os empresários Luciano Hang, Otavio Fackoury, Edgard Corona, a extremista Sara Winter – que já havia sido presa temporariamente em decorrência de outro inquérito -, o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, os blogueiros Allan Terça Livre e Bernardo Kuster e outros.

O evento online foi organizado pelo site Poder 360 e pelo Observatório de Liberdade de Imprensa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nele, Toffoli ainda acrescentou que a desinformação gerada pelos perfis deve interessar “a alguém”, sem determinar especificamente quem.

“É preciso investigar práticas criminosas”, disse. “Se existe notícia fraudulenta, se existe a desinformação, é porque isso interessa a alguém.”


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