CartaExpressa
Secretaria de Cultura veta passaporte sanitário em projetos da Lei Rouanet
O presidente Jair Bolsonaro e sua base aliada são contra a restrição a pessoas não vacinadas em eventos
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Mario-Frias.png)
A Secretaria da Cultura publicou, nesta segunda-feira 8, uma portaria que veta a exigência de passaporte sanitário em projetos financiados pela Lei Rouanet.
“Fica vedado pelo proponente a exigência de passaporte sanitário para a execução ou participação de evento cultural a ser realizado, sob pena de reprovação do projeto cultural e multa”, diz o texto, assinado pelo secretário da Cultura, Mario Frias e publicado no Diário Oficial da União.
Assim como o presidente Jair Bolsonaro e outros aliados, Frias é contra a exigência do passaporte, que pode ajudar a restringir a circulação do coronavírus.
No caso de locais em que leis estaduais ou municipais exijam o passaporte da vacina, a portaria da Secretaria de Cultura diz que o evento cultural financiado pela Rouanet deve se adequar ao modelo virtual.
O passaporte da vacina já é adotado em cinco estados e é corroborado por decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu o estabelecimento de medidas legais para indiretamente promover a vacinação compulsória da população.
No final de outubro, a Fiocruz se manifestou favorável ao passaporte vacinal, defendendo ser um processo essencial para a superação da pandemia.
“É preciso destacar os benefícios de proteção coletiva não só para os trabalhadores, mas para suas famílias, crianças, colegas de trabalho e a comunidade. É especialmente importante que se complete o esquema vacinal com duas doses ou dose única, dependendo do imunizante, incluindo a dose de reforço quando houver indicação, para que possamos alcançar um patamar de maior segurança, com pelo menos 80% da população protegida”, afirmam os pesquisadores da entidade.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.