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Sem razões para celebrar

O Dia da Mulher tem gosto amargo no país recordista em feminicídios

Confiança abalada. Os profissionais da segurança pública precisam ser capacitados para acolher as vítimas de violência doméstica, avalia Denise Dau – Imagem: Cléia Viana/Ag.Câmara e Hegon Correia/OAB-GO
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As vésperas do Dia Internacional da Mulher, Jiane da Silva Vicente, de 43 anos, foi assassinada pelo namorado, Almir Rogério Alves Machado, no município gaúcho de São Borja. Vítima de outras agressões, ela solicitou medida protetiva em dezembro de 2022. Dois meses depois, comunicou à polícia que reatou o relacionamento e pediu a retirada das sanções. Dias depois, foi encontrada morta com um golpe de faca no pescoço. Machado confessou o crime. Na mesma semana, a vereadora Yanny Brena, de 26 anos, foi encontrada morta ao lado do companheiro Rickson Pinto, em Juazeiro no Norte, no Ceará. A polícia trabalha com a hipótese de feminicídio seguido de suicídio. Ambos os crimes têm em comum o fato de as vítimas terem sido assassinadas em decorrência do ódio de gênero, pelo simples fato de serem mulheres.

Outro ponto em comum é o fato de a violência ter sido praticada pelos próprios parceiros, dentro de suas casas. Infelizmente, trata-se de um crime cada vez mais recorrente. Em média, uma mulher é assassinada a cada sete horas no Brasil, segundo a Rede de Observatórios da Segurança. Em 2022, foram registrados 495 feminicídios no País. Na maioria das vezes, os crimes acontecem no ambiente doméstico e, em 75% dos casos, o responsável é o marido, namorado ou ex-companheiro da vítima.

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