Política

Senado pode ter um terço de políticos ‘sem voto’ em 2015

Suplentes ocuparão até 28 das 81 vagas da casa legislativa, segundo levantamento da Transparência Brasil. Entenda o porquê

Senadores sem voto podem ocupar um terço do plenário
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Políticos que não receberam nenhum voto nas urnas poderão ocupar mais de um terço do Senado Federal nos próximos quatro anos. Segundo levantamento da ONG Transparência Brasil, até 28 das 81 cadeiras poderão ser ocupadas por suplentes na próxima legislatura.

Atualmente, a bancada dos ‘sem voto’ é de 18 congressistas. Outros oito suplentes podem ocupar vagas com a eleição de senadores ao cargo de governador. Dois senadores eleitos já conseguiram vitórias no primeiro turno das eleições para governos estaduais: Pedro Taques (PDT), no Mato Grosso, e Wellington Dias (PT), no Piauí.

Outros seis senadores concorrem ao governo no segundo turno e podem sair do cargo, abrindo espaço para nomes mais desconhecidos. São eles: Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Delcídio do Amaral (PT-MS), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Além deles, a chapa tucana à presidência da República conta com dois congressistas: Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Caso os tucanos vençam esta eleição, eles serão substituídos na casa legislativa.

Entre os dez suplentes que podem assumir a cadeira, somente três já exerceram cargos eletivos. Seis deles exercem algum tipo de atividade empresarial.

Leia o levantamento da Transparência Brasil e saiba quem substituiria cada um destes senadores. A organização também mostra os processos que cada um deles responde na Justiça.

O que é um suplente

Quando concorre ao cargo, cada senador tem dois suplentes em sua chapa. Apesar de ganharem pouca atenção na campanha, o nome deles deve constar em todo material impresso e o seu retrato deve aparecer na urna eletrônica.

O primeiro-suplente assume o cargo caso o senador renuncie, morra ou se licencie para ocupar outro cargo. A prática é comum devido a indicação deles para ministérios e a ida para governos de estados.

Da mesma forma, o segundo-suplente assume o cargo caso o primeiro-suplente saia dele. O processo é distinto da Câmara dos Deputados e demais assembleias, onde o substituto é o deputado com mais votos da mesma coligação.

Os suplentes são normalmente nomes poucos conhecidos mas importantes para financiar as campanhas dos cabeças de chapa. Segundo a Transparência Brasil, metade dos primeiros-suplentes (27 de 54) dos eleitos em 2010 contribuiu para a campanha dos titulares. Em 2014, de acordo com dados parciais de prestações de contas, quatro dos 27 primeiros-suplentes já realizaram doações para os titulares.

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