TCM aponta que Ricardo Nunes incidiu em ‘pedalada fiscal’ ao mentir sobre dados da Educação e prefeito pode ficar inelegível

Julgamento da prestação de contas da Prefeitura pode deixar o prefeito inelegível e naufragar o projeto da reeleição

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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O Tribunal de Contas do Município (TCM) informou que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) mentiu sobre as despesas da Educação. De acordo com o órgão, a Prefeitura de São Paulo informou ter gasto R$1,5 bilhão do orçamento da pasta em 2021, mas as obras e serviços apontadas pelo governo só foram executados em 2022.

O documento do TCM é uma resposta à prestação de contas apresentada pela Prefeitura de São Paulo e, de acordo com o órgão, a manobra de Ricardo Nunes configura uma “pedalada fiscal”.

Além disso, o TCM acusa a Prefeitura de São Paulo de descumprir o mínimo exigido por lei de gastos com a Educação para estados e municípios, que é 25% do orçamento. Se Nunes for obrigado a retirar R$ 1,5 bilhão da prestação de contas, o governo paulistano terá executado apenas 22,7% do orçamento e pode ter as contas rejeitadas.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que não reconhece as irregularidades apontadas pelo TCM e afirmou que decisões tomadas por tribunais de contas dos estados e da União sustentam a tese do governo de Nunes de que não crime.

A prestação de contas da Prefeitura de São Paulo seria julgada no TCM no último dia 13, mas o conselheiro João Antônio pediu vistas do processo antes mesmo que o relator, Roberto Braguim, pudesse apresentar seu voto.

Caso a prestação de contas seja respeitada e o descumprimento da execução de 25% do orçamento com Educação seja confirmado, Nunes pode ficar até inelegível. O processo pode comprometer a candidatura à reeleição do atual prefeito de São Paulo em 2024.


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