Política

‘Tentativa de intimidação’, reage Glauber Braga após processo no Conselho de Ética

Órgão da Câmara abriu um processo por quebra de decoro contra o deputado que discutiu com Arthur Lira durante sessão

Glauber Braga e Arthur Lira. Fotos: Paulo Sergio e Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, na terça-feira 14, um processo por quebra de decoro contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). O processo tem como base uma representação em que o PL acusa o parlamentar de se portar de maneira desrespeitosa e agressiva na Casa, o que justificaria a perda de mandato.

Entre as citações, o partido critica o posicionamento de Braga diante do presidente da Câmara, Arthur Lira, durante sessão plenária no dia 31 de maio para votar a uma medida provisória que altera os incentivos para indústria petroquímica.

O deputado do PSOL, que iria orientar como os parlamentares do partido iriam votar, começou o seu discurso com o seguinte questionamento: “O senhor não tem vergonha?”. A declaração gerou um bate boca e Lira ameaçou retirar o parlamentar do Plenário.

Em conversa com a reportagem de CartaCapital, Braga classificou a abertura do processo como ‘tentativa de intimidação’.

‘Eu recebo com a firmeza de quem vai enfrentar essa turma do ponto de vista político e de que não vai recuar. Perguntar se o Lira não tem vergonha de colocar em votação a privatização da Petrobrás é uma obrigação política”, disse o deputado. Esses caras não aceitam isso e estão tentando agora não só me intimidar”.

Braga também questionou a rapidez com que a representação, protocolada no dia 1 de junho, foi avaliada pela mesa diretora e encaminhada ao Conselho de Ética.

“É mais uma demonstração do poder de abuso do Lira”, declarou Braga ao questionar a morosidade diante da representação protocolada pelo PSOL, no dia 3 de junho, em que acusa Lira pelo mesmo objeto, quebra de decoro parlamentar, quando ameaçou retirar o psolista do plenário.

“Essa representação ficou sumida, sem entrar no sistema e só foi mandada para o Conselho de Ética ontem porque a gente cobrou. Isso é um absurdo total”, afirmou.

O deputado reforçou que não vai recuar após as declarações. “Estarei presente em cada etapa e não vou retirar uma palavra do que disse no plenário”.

O parlamentar ainda vai apresentar sua defesa no processo. “A minha argumentativa é da exceção da verdade, ou seja, quem fala a verdade não merece castigo”, pontua. “Vamos mostrar por provas e elementos que o que está se operando pelo Lira é sim uma vergonha”.

Nas redes sociais, Braga também manifestou-se.

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