Terrorismo no DF: Dino anuncia 200 prisões e diz que financiadores de ônibus já foram identificados

O ministro anunciou que governadores se dispuseram a ceder policiais militares para reforçar a segurança do DF

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Mauro Pimentel/AFP

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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que aproximadamente 200 pessoas foram presas em flagrante pelos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília neste domingo 8. Declarou também que cerca de 40 ônibus foram apreendidos, por serem “instrumentos de perpetração de crimes”, e que os financiadores dos veículos já foram identificados e podem ser alvos de prisão preventiva.

Dino fez um pronunciamento nesta noite na qual repudiou a “tentativa de destruição do Estado Democrático de Direito” por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que invadiram áreas do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

Em reação ao movimento golpista, o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na Segurança do Distrito Federal. O governo também adotou outras providências, segundo Dino. Entre elas, um diálogo com governadores que se dispuseram a ceder policiais militares para reforçar a segurança do DF a partir desta segunda 9, uma vez que ainda há, nas redes sociais, bolsonaristas defendendo a continuidade dos atos terroristas.

Pouco antes do discurso do ministro, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), divulgou um vídeo no qual pediu desculpas a Lula e aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber; do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

O emedebista classificou ainda os atos como “inaceitáveis” e disse que não imaginou que as “manifestações tomariam as proporções que tomaram”.

Flávio Dino declarou que, em reuniões com o governo federal, a gestão de Ibaneis afirmou que a preparação para a segurança neste domingo “estava adequada”. O ministro indicou surpresa, no entanto, diante de uma mudança de orientação administrativa emitida no sábado 7, a alterar as regras sobre entrada de pessoas na Esplanada dos Ministérios.


“Ainda assim, havia por parte do governo do Distrito Federal uma visão de que a situação estaria sob controle. O governador, com toda a certeza, ao efetuar um pedido de desculpas públicas aos chefes dos Poderes da União, está reconhecendo que algo deu errado no planejamento. Quero crer que ele irá apurar as responsabilidades daqueles que não cumpriram seus deveres constitucionais”, prosseguiu Dino.

À tarde, Ibaneis decidiu exonerar o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

Segundo Dino, as respostas das forças de segurança ao terrorismo no DF ocorreram em três fases:

  • a tentativa do Ministério da Justiça de reforçar o contingente do governo do DF;
  • a decretação da intervenção federal na segurança pública do DF, porque, de acordo com o ministro, “havia alguma anomalia que ensejou esses fatos”;
  •  a desocupação dos prédios, levando a prisões em flagrante, e uma perícia sobre danos nos três Poderes.

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