Torres deixa a PF após depoimento sobre blitze da PRF no 2º turno

Segundo a defesa do ex-ministro, ele 'quebrou o direito constitucional ao silêncio' e respondeu a todos os questionamentos

Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres deixou na tarde desta segunda-feira 8 a sede da Polícia Federal em Brasília, onde prestou depoimento sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022.

Torres chegou à PF por volta das 13h30 e passou cerca de três horas respondendo aos investigadores. Na sequência, ele retornou ao Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde está preso desde janeiro por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

O ex-ministro é suspeito de ter agido em outubro de 2022 para que a PRF – então sob sua responsabilidade – alterasse o planejamento operacional a fim de intensificar a fiscalização em rodovias do Nordeste, onde Lula (PT) era favorito na disputa contra Jair Bolsonaro (PL).

Pesa contra ele a produção de um boletim de inteligência a mapear as cidades em que o petista venceu no primeiro turno, além de uma viagem de Torres à Bahia na véspera da votação e o modelo de convocação de efetivos da PRF para o segundo turno.

De acordo com os advogados do ex-ministro, ele “quebrou o direito constitucional ao silêncio”, respondeu a todos os questionamentos e mantém “a postura de cooperar com as investigações”. O teor da oitiva ainda não foi divulgado.

O depoimento de Torres foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A PF pretendia ouvi-lo em 24 de abril, mas adiou a oitiva para esta segunda a pedido da defesa, que alegou “piora” no estado de saúde do bolsonarista.


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