O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Benedito Gonçalves proibiu a campanha de Jair Bolsonaro (PL) de usar na propaganda eleitoral imagens relacionadas ao discurso do presidente na Assembleia-Geral da ONU, na última terça-feira 20.
Conforme a decisão do corregedor-eleitoral do TSE, “a utilização das imagens na propaganda eleitoral seria tendente a ferir a isonomia, pois faria com que a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, fosse explorada para projetar a imagem do candidato”.
Na sede das Nações Unidas, em Nova York, Bolsonaro atacou indiretamente Lula (PT) e a esquerda e repetiu clichês da extrema-direita sobre temas como aborto e “ideologia de gênero”.
Nesta quarta 21, Gonçalves determinou que materiais já produzidos com o discurso sejam retirados do ar, sob pena de multa de 20 mil reais por peça publicitária ou publicação nas redes sociais.
O magistrado se manifestou no âmbito de uma ação apresentada pela campanha de Ciro Gomes. Segundo os pedetistas, Bolsonaro “aproveitou-se do momento para introjetar no seu discurso as pautas de campanha que veicula no âmbito da sua propaganda eleitoral”.
Para o ministro do TSE, a conduta questionada não é um “fato isolado”, mas parte de um “modus operandi evidenciado em uma sucessão de episódios”.
“Há um contexto em que se tem identificado, até o momento, um esforço do candidato à reeleição em explorar em sua propaganda eleitoral situações propiciadas por sua condição de Chefe de Estado.”
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