Política

“Tudo igual, não mudou nada”, diz Onyx após reunião com Bolsonaro

Ministro disse que a crise na Casa Civil com a demissão do número 2 da pasta não fez parte da ‘reunião de trabalho’

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (Foto: Marcos Corrêa / PR)
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Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada neste sábado 1, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que nada muda entre ele e o ex-capitão. “Fica tudo igual, não mudou nada”, disse. O ministro se referia ao desconforto gerado em sua pasta pela demissão, por duas vezes, do número 2 da Casa Civil, José Vicente Santini, após uso de um avião da FAB para viajar à Suíça e garantir sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos e depois à Índia, onde se encontrou com a comitiva presidencial. A instabilidade suscitou rumores de uma possível saída de Lorenzoni.

Na saída do palácio, o ministro foi abordado por jornalistas e disse que o assunto não fez parte da conversa e que o encontro se tratou de uma “reunião de trabalho”. “Nós nem conversamos sobre isso, conversamos sobre as tarefas do ministro da Casa Civil a partir já do meu retorno das férias. Eu voltaria hoje [ao Brasil], consegui antecipar e hoje já conversamos sobre a rotina normal”, afirmou.

 

A permanência de Onyx Lorenzoni no governo passou a ser uma questão após o esvaziamento da Casa Civil pelo próprio Bolsonaro, que tirou da pasta o Programa de Parceria de Investimento (PPI), agora nas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes. Também não está mais com a pasta a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), braço responsável por analisar a viabilidade jurídica dos atos assinados pelo presidente. Competência da Casa Civil em governos anteriores, a SAJ foi transferida à Secretaria-Geral.

Na sexta-feira 31, o ministro-chefe da Casa Civil declarou que não deseja deixar o governo Bolsonaro – mas que acataria a “toda e qualquer decisão dentro do governo”. “Claro que não”, respondeu Lorenzoni ao ser questionado sobre um possível desejo de sair. “Aconteceram algumas coisas. Preciso compreender, conversar com o presidente, e ele também vai ouvir uma série de questões que vou esclarecer”, disse o ministro. “Tenho certeza que o entendimento vai prevalecer”, concluiu. A reunião deste sábado no Palácio da Alvorada durou mais de uma hora.

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