Unha e carne

Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre adulam o bolsonarismo para manter o controle do Senado

Eu e você, você e eu. Antecessor de Pacheco, Alcolumbre agora quer suceder ao colega na presidência do Senado – Imagem: Edilson Rodrigues/Ag. Senado

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A construção arredondada branca, uma meia-lua deitada, símbolo do Senado no prédio do Congresso Nacional, anoiteceu em 8 de outubro iluminada com a bandeira de Israel. Era um gesto de solidariedade em razão dos ataques do grupo islâmico ­Hamas na véspera. Havia sido um pedido do senador Davi Alcolumbre, judeu, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Do dia dos ataques até 16 de outubro, o apoio a Israel foi maciço nas redes sociais brasileiras, 78% contra apenas 14% de menções pró-palestinos, segundo monitoramento da Quaest. Um resultado explicado pela ação da direita nas redes, diz a consultoria. No dia seguinte ao fim do monitoramento, Pacheco saudou no plenário a repatriação de brasileiros na área do conflito. Citou o ministro da Defesa, José Múcio, e a Aeronáutica. Nenhuma palavra sobre a ação de Lula.

Os episódios mostram que Alcolumbre e Pacheco agem por esses dias como se fossem um só, ambos dispostos a dar as mãos à extrema-direita graças a interesses e a sentimentos próprios. Um casamento problemático para o governo e o Supremo Tribunal Federal.

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1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 26 de outubro de 2023 10h59
Assim fica difícil…

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