A construção arredondada branca, uma meia-lua deitada, símbolo do Senado no prédio do Congresso Nacional, anoiteceu em 8 de outubro iluminada com a bandeira de Israel. Era um gesto de solidariedade em razão dos ataques do grupo islâmico Hamas na véspera. Havia sido um pedido do senador Davi Alcolumbre, judeu, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Do dia dos ataques até 16 de outubro, o apoio a Israel foi maciço nas redes sociais brasileiras, 78% contra apenas 14% de menções pró-palestinos, segundo monitoramento da Quaest. Um resultado explicado pela ação da direita nas redes, diz a consultoria. No dia seguinte ao fim do monitoramento, Pacheco saudou no plenário a repatriação de brasileiros na área do conflito. Citou o ministro da Defesa, José Múcio, e a Aeronáutica. Nenhuma palavra sobre a ação de Lula.
Os episódios mostram que Alcolumbre e Pacheco agem por esses dias como se fossem um só, ambos dispostos a dar as mãos à extrema-direita graças a interesses e a sentimentos próprios. Um casamento problemático para o governo e o Supremo Tribunal Federal.
Leia essa matéria gratuitamente
Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!
ASSINE CARTACAPITALSeja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.
1 comentário
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER26 de outubro de 2023 10h59
Assim fica difícil…
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial. CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login