Política

Vídeo: Áudio vaza e expõe crítica de deputado a Raquel Lyra; PSDB aponta agressão e diz estudar reação

Embora estejam no PSDB, a governadora e o presidente da Assembleia Legislativa têm uma relação distante

Roberto Soares/Assembleia Legislativa de Pernambuco
Apoie Siga-nos no

Um áudio em que o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, diz que a governadora Raquel Lyra falou “merda” em seu pronunciamento na retomada dos trabalhos no Legislativo pernambucano gerou polêmica. As declarações ocorreram nesta quinta-feira 1º.

O diretório nacional do PSDB, partido ao qual Porto e Lyra são filiados, repudiou os comentários e afirmou ter havido uma “agressão” contra a governadora. A legenda ainda disse “avaliar eventuais medidas disciplinares”.

“Nós, tucanos, temos muito orgulho de termos eleito uma jovem e competente mulher como governadora de Pernambuco e não podemos tolerar manifestações agressivas contra ela venha de quem vier”, diz a manifestação do PSDB.

A declaração de Porto vazou durante a transmissão da sessão na Casa. Lyra esteve na cerimônia e, em seu discurso, enalteceu as ações da gestão estadual no primeiro ano de governo e elencou as prioridades para 2024.

Enquanto cumprimentava os parlamentares no plenário, Porto conversou com auxiliares sem perceber que seu microfone estava aberto. Um interlocutor comenta que os discursos de Dani Portela (PSOL), líder da Oposição na Assembleia, e de Lyra haviam durado uma hora.

Na sequência, em referência à intervenção da governadora, o presidente responde: “E o dela eu não entendi nada, conversou merda demais e não disse nada”. Em tom irônico, ainda insinou que questionaria a correligionária sobre o estado descrito por ela.

Com a repercussão do vazamento, o canal oficial da Assembleia Legislativa retirou do ar o vídeo no YouTube.

A reportagem procurou a governadora Raquel Lyra, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Em nota, o deputado Álvaro Porto afirmou ter utilizado uma expressão “não condizente com o contexto e o local” para avaliar o discurso da tucana.

Disse ainda que, apesar disso, considera o pronunciamento “desconectado com a realidade vivida em Pernambuco” e que sua reação é “fruto da indignação à falta de resultados do governo” na sáude e na segurança pública, por exemplo.

Embora estejam no mesmo partido, Lyra e Porto têm uma relação pouco amistosa desde o ano passado. O clima envolve uma série de reveses impostos à tucana na Casa, capitaneados pelo deputado e por aliados.

O desgaste se aprofundou em novembro, quando Porto foi reeleito presidente da Alepe a contragosto do governo. Atualmente, a governadora tem uma base de 12 deputados, que representam 24% da Casa.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo