Política

WWF: Bolsonaro deve cuidar do meio ambiente para economia crescer

Porta-voz da ONG ambientalista afirma que presidente eleito deve reconhecer papel da questão ambiental no crescimento econômico

"Sustentabilidade tem que ser uma pauta apartidária", diz o porta-voz da WWF
Apoie Siga-nos no

O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, precisa colocar o meio ambiente entre suas pautas prioritárias se pretende cumprir a promessa de retomar o crescimento econômico, defendeu nesta segunda-feira o porta-voz da ONG ambientalista WWF.

“Os nossos recursos naturais proveem serviços ambientais que garantem que setores importantes no país como o agronegócio e energia continuem produzindo e contribuindo para o PIB brasileiro”, declarou André Nahur, coordenador de Mudanças Climáticas do WWF Brasil.

Leia também:
Bolsonaro confirma fusão das pastas da Agricultura e do Meio Ambiente
As ameaças de Bolsonaro ao papel central do Brasil no meio ambiente

“No contexto atual em que os nossos principais biomas estão chegando à pontos de não retorno de perda de biodiversidade, é fundamental que o novo presidente reconheça o papel que a questão sócio ambiental tem para a manutenção do crescimento econômico do país”.

“Sustentabilidade tem que ser uma pauta apartidária”.

“Hoje em dia em qualquer pais do mundo, essa questão de desenvolvimento, manutenção do PIB, aumento de emprego e melhoria da qualidade de vida das pessoas é uma prioridade e isso precisa ser considerado”, destacou Nahur.

“A grande questão que precisa ser reconhecida é que para manter a qualidade de vida das pessoas, sem um meio ambiente equilibrado não é possível”.

Quase 20% da Amazônia desapareceu nos últimos 50 anos devido ao desmatamento, segundo o último relatório bianual de WWF “Planeta Vivo”, publicado nesta terça-feira e que resume a situação da saúde do planeta e de sua biodiversidade. Em torno de 60% da selva amazônica está situada no território brasileiro.

O estudo revela, através de diversos indicadores, que a atividade humana insustentável está empurrando os ecossistemas “ao limite” e que é preciso a adoção de medidas urgentes e coordenadas para reverter tal degradação a tempo.

Antes de ser eleito, Bolsonaro declarou que manteria o Brasil no Acordo de Paris sobre o clima, desde que preservada a soberania plena da Amazônia.

“Eu perguntaria a vocês: nesse acordo de Paris, nós poderíamos correr o risco de abrir mão da nossa Amazônia? Vamos então botar no papel que não está em jogo o triplo A e nem a independência de nenhuma terra indígena que eu mantenho o acordo de Paris”.

Uma iniciativa promovida por uma organização de defesa do meio ambiente e apoiada pelo então presidente colombiano Juan Manuel Santos propunha a criação de uma ampla zona de proteção ambiental no território conhecido como triplo A, que vai dos Andes ao oceano Atlântico, atravessando a Amazônia.

No início de setembro, Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris se a “soberania nacional” estivesse ameaçada.

*Leia mais em AFP

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo