Política
Conselho de Medicina ouve médica que defende cloroquina, mas não se convence
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, entidade avisou o Ministério da Saúde que não dá evidências científicas sobre eficácia da doença
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) avisou o Ministério da Saúde que não encontrou nenhum estudo na literatura científica que comprove que a cloroquina funcione para o tratamento contra o coronavírus. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
A entidade deve se posicionar nos próximos dias sobre o uso da substância e a tendência é de não recomendar o uso indiscriminado, segundo o veículo. A orientação contraria a campanha do presidente Jair Bolsonaro em favor do uso do remédio.
Folha de S. Paulo informa ainda que integrantes do conselho ouviram por três horas a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, mas não se convenceram. Relatos de bastidores reportados pelo jornal apontam que o encontro com a oncologista serviu para que vissem que ela não se baseia em nada científico, mas apenas na sua percepção.
O CFM ainda discute, porém, se vai liberar médicos para prescrever a substância caso julguem necessário. De acordo com o jornal, o plano do conselho é lançar um documento junto com sociedades de especialidades que têm relação com a doença, como as de Infectologia, Terapia Intensiva e Pneumologia.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já autorizou a aplicação do remédio apenas em casos graves, mas ressalta que a responsabilidade é do médico e que não há evidências científicas que assegurem efeitos positivos contra o coronavírus.
Na quarta-feira 8, Bolsonaro exaltou a cloroquina durante pronunciamento em rede nacional e homenageou o médico Roberto Kalil Filho, que admitiu ter se submetido ao remédio quando foi infectado e declarou que vem ministrando a droga em outros pacientes.
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