Contra OMS, general Pazuello diz que testagem não é essencial para conter pandemia

O ministro interino da Saúde defendeu que o exame clínico, feito por médicos, é mais eficaz para assegurar o diagnóstico

Foto: Júlio Nascimento PR

Apoie Siga-nos no

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, declarou à revista Veja que a testagem não é essencial para o controle da pandemia do coronavírus. Na contramão do que recomenda a Organização Mundial da Saúde e cientistas, o ministro afirmou que o diagnóstico da doença pelo médico, com análise clínica e auxílio de outros exames, permite um tratamento antecipado e mais eficaz.

“Não [testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento”, disse.

A OMS vem repetindo que a testagem é ponto central no combate à pandemia. Inclusive os países que foram em sucedidos no combate à doaneça, como Alemanha e Coreia do Sul tiveram a testagem como uma das prioridades, além do isolamento e rastreio de contatos.

O ministro Pazeullo ainda criticou também o antigo protocolo de Saúde do ministério, quando da gestão de Luiz Henrique Mandetta, que recomendava aos pacientes com sintomas leves a não procurarem os médicos.

A orientação foi modificada pelo ministério na última semana, que agora recomenda que pacientes procurem atendimento médico mesmo em caso de sintomas mais brandos.


“No início, a população foi orientada a permanecer em casa mesmo com os sintomas da covid. E era para ficar em casa até sentir falta de ar. E, quando você tivesse falta de ar, ainda diziam para segurar mais um pouquinho. Matamos quantas pessoas com isso? Loucura. O porcentual de morte sobe para 70% ou 80%. E isso não está dito em lugar nenhum, principalmente por quem agora nos critica”, disse Pazuello.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.