Covid: Ministério da Saúde orienta reforço da vacina para crianças a partir de 5 anos

Terceira aplicação era indicada apenas aos maiores de 12 anos; nova dose deve ser feita ao menos quatro meses após a última

Garoto recebe dose de vacina contra Covid-19. Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP

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O Ministério da Saúde passou a orientar uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para crianças entre 5 a 11 anos. Até então, a pasta indicava a terceira aplicação apenas para aqueles a partir de 12 anos. A nova recomendação faz parte de uma nota técnica assinada pela coordenação-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no dia 30 de dezembro.

De acordo com o documento, o reforço deve ser feito com o imunizante pediátrico da Pfizer tanto para aqueles que completaram o esquema inicial, de duas doses, com a vacina da fabricante, como também para os que receberam as aplicações da CoronaVac. A terceira dose pode ser administrada no período de ao menos quatro meses após a segunda.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia autorizado a ampliação do reforço para as crianças a partir de 5 anos no início de dezembro. Em novembro, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações do ministério (CTAI) também havia dado parecer favorável à aplicação, disponível desde maio do ano passado nos Estados Unidos e adotada em diversos países, como Argentina e Uruguai.

Na decisão desta semana, o Ministério da Saúde cita a diminuição dos níveis de anticorpos após o esquema primário de duas doses. Além disso, afirma que o reforço pode não apenas recuperá-los, como atingir patamares mais altos de proteção.

Ele menciona estudos conduzidos pela Pfizer que “demonstraram um aumento nos títulos de neutralização da variante Ômicron e da cepa selvagem (variante original) após uma dose de reforço”. Essa elevação chega a ser de 36 vezes contra a Ômicron, diz a pasta, dados que “reforçam a função potencial de uma terceira dose da vacina em manter altos níveis de proteção contra o vírus nessa faixa etária”.

O ministério ressalta ainda que os testes clínicos e experiências de vida real em outros países comprovaram a segurança da vacina, e destaca a importância de se ampliar a cobertura com a proteção entre os pequenos para prevenir desfechos graves da Covid-19, como hospitalização e óbito.


A dose de reforço deve ser feita com a vacina original da Pfizer, porém há um pedido da farmacêutica em análise na Anvisa desde o dia 29 de novembro para que esse reforço possa ser realizado com a dose atualizada. Trata-se do imunizante bivalente, que conta com uma parte da variante original do novo coronavírus, descoberta em 2019, e outra da variante Ômicron, predominante no mundo há cerca de um ano, para ampliar a proteção.

No entanto, além de a agência ainda não ter dado um parecer em relação ao pedido, o ministério também não anunciou para quais públicos serão direcionadas as vacinas bivalentes no Brasil – aprovadas para todos a partir de 12 anos pelo órgão sanitário. As novas doses começaram a chegar no país em dezembro e, segundo cronograma da Pfizer, serão aproximadamente 36,3 milhões de unidades entregues até o fim de janeiro.

Em países como Estados Unidos e Chile, a bivalente é orientada a toda a população elegível como um novo reforço, porém especialistas acreditam que o Brasil deve iniciar a campanha com grupos prioritários.

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