Política

Em entrevista, Bolsonaro diz “coronovírus” duas vezes e volta a falar em “histeria”

Contra recomendação de afastamento social, o presidente também afirmou que fará uma ‘festinha’ de aniversário para comemorar os 65 anos

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos / PR)
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a chamar a pandemia do coronavírus de “histeria” em uma entrevista à Rádio Tupi na manhã desta terça-feira 17, e chegou a errar o nome da doença duas vezes, mencionando que “o coronovírus” pararia de se espalhar a partir do momento que a população “criar anticorpos”.

Bolsonaro vem sendo criticado por sua postura diante da crise, e, principalmente, por não ter seguido os protocolos recomendados por ele mesmo em uma live nas redes sociais, que contava com a presença do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

O presidente também afirmou que fará uma “festinha tradicional” de aniversário – Bolsonaro completa 65 anos no próximo sábado, dia 21 de março. O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas cancelem eventos com aglomeração de pessoas. Bolsonaro não deu mais detalhes da comemoração.

“Não é o povo que tá criticando, é o povo da imprensa… Os caras não deixam a gente em paz, é só notícia ruim por parte desses órgãos de imprensa.”, disse o presidente ao apresentador.

Segundo ele, já era esperado que a doença se alastrasse no País, mas o que estaria errado é a “histeria” como o coronavírus vem sendo lidado. A definição foi repetida diversas vezes ao longo da entrevista, que também contou com análises sem fundamento científico para justificar o tom apaziguador adotado pelo presidente.

“Começou na China, foi pra outros países na Europa, mas o que tá errado é a histeria. Como se fosse o fim do mundo. O Brasil só estará livre desse vírus, o [sic] coronovírus aí, quando um certo número de pessoas criarem anticorpos, que passa a ser barreira para não infectar quem não foi infectado ainda.”, disse Bolsonaro, que acrescentou ainda que a doença representaria um “baque” na economia.

No Brasil, o número de casos confirmados está em 273, segundo a última atualização feita pelas autoridades. A primeira vítima fatal foi registrada nesta terça-feira 17 em São Paulo – um homem de 62 anos, com problemas de hipertensão e diabetes.

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