O Ministério da Saúde e o governo do estado de São Paulo publicaram, na noite deste domingo 27, notas contendo explicações dos critérios para realizar o transplante de coração no apresentador Fausto Silva, o Faustão.
O jornalista recebeu o órgão ‘com sucesso’ neste domingo, poucos dias após sua entrada na lista de espera. A agilidade com que o procedimento foi realizado gerou especulações na internet. As pastas, então, vieram a público para negar qualquer irregularidade.
Segundo o Ministério da Saúde, “a lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.”
Ao todo, doze pessoas atendiam os requisitos necessários para receber o órgão doado a Faustão. Ele era, de acordo com Central de Transplantes do Estado de São Paulo, o segundo paciente da fila. O equipe médica do primeiro paciente, informa o órgão, recusou. O motivo da recusa não foi divulgado, mas é comum que sejam levados em conta as chances de rejeição do órgão após o procedimento ou a indisponibilidade do paciente em fazer uma cirurgia naquele momento.
“A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente [Faustão] ocupava a segunda posição nesta seleção”, diz a Central, em nota.
O Ministério, por sua vez, explica que a posição mais alta do apresentador na lista se deve ao fato de que seu estado de saúde era mais grave. “[Foi] priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde”, diz a pasta.
A gravidade também foi citada pela administração estadual no caso. Segundo a pasta, o tempo de espera por um transplante de coração para receptores do grupo sanguíneo B, como era o caso, é de 1 a 3 meses, mas pode ser reduzido significativamente por urgência.
Ao final do comunicado, o governo federal reforça que faz a gestão de todos os transplantes no país justamente para que todos os pacientes, do SUS ou da rede privada, sejam atendidos em situação de igualdade. A justificativa é a mesma da pasta estadual.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login