Saúde
Pesquisas para contraceptivo masculino avançam
Após experiências com coelhos e macacos, solução será testada em homens. Método é mais simples de ser revertido do que a vasectomia


Um novo contraceptivo para os homens foi aprovado nos testes em macacos, segundo um estudo publicado na terça-feira 7 na revista médica Basic and Clinical Andrology. Pesquisadores informaram que 16 macacos cujos dutos de esperma foram selados com o gel não se reproduziram num período de até dois anos de observação. Sem o gel, a taxa de gravidez das parceiras seria de 80%.
Até agora, homens não dispõem de muitas opções caso queiram usar um contraceptivo: preservativos são tidos por muitos como um método incômodo, o coito interrompido antes da ejaculação é considerado prática extremamente insegura e a esterilização por vasectomia, quando é feito o fechamento dos canais deferentes por cirurgia, é um método difícil e muitas vezes impossível de ser revertido.
O Vasalgel, desenvolvido por pesquisadores dos EUA, é um polímero que é injetado diretamente nos canais deferentes, bloqueando assim a passagem do esperma. A substância já tinha sido testada em coelhos, com resultados positivos. Os macacos rhesus, agora testados, são animais mais próximos dos humanos. Eles aparentam ter tolerado bem o gel, segundo os pesquisadores.
No rhesus, reversão não foi testada (Ye Aung Thu/AFP)A vantagem do gel é que o tratamento pode ser revertido de forma relativamente simples. Durante o teste com coelhos foi possível desfazer o bloqueio pelo polímero através de um solvente de bicarbonato de sódio. No macaco rhesus, o método de reversão ainda não foi testado.
De acordo com a Fundação Parsemus, uma organização sem fins lucrativos que financiou o desenvolvimento do novo anticoncepcional para homens, um teste clínico de Vasalgels com humanos já está em fase de planejamento.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.