O presidente Jair Bolsonaro até conseguiu postar mais uma fake news em sua página do Instagram na segunda-feira 11, mas, dessa vez, teve a imagem sinalizada por conter “informação falsa” e foi desmentido por um site de checagem de notícias.
No story publicado pelo presidente, havia uma a informação de que o número de óbitos no Ceará, no mesmo período de 2019, era maior ao que registrado em 2020 – impulsionado pela pandemia de coronavírus. Bolsonaro compartilhou que havia “algo muito ‘estranho’ no ar!” ao comentar sobre uma comparação falsa entre o número de óbitos por doenças respiratórias no estado em 2019 e em 2020. Antes de abrir o story, porém, o seguidor é avisado pela rede social que está prestes a ver uma notícia falsa.
Como os stories desaparecem em 24h, veja a sequência de imagens que o seguidor observa caso queira saber o que foi postado pelo presidente.
Os dados, que alegavam ter sido retirados do Portal de Transparência do Registro Civil do estado, tinham sido inseridos sem contexto. De acordo com a Agência Lupa, que realizou a checagem da informação junto ao órgão público, “os números citados no post incluem erroneamente mortes por outras causas, que não têm nenhuma relação com problemas respiratórios”, o que explica o superdimensionamento.
Uma comparação honesta feita com o propósito de ver o impacto da covid-19 no estado, que já registrou 17.599 casos da doença e perdeu 1.189 vidas para ela, veria que o aumento de óbitos por doenças respiratórias foi de 2.808 vítimas em 2019 para 3.217 em 2020. “Ou seja, houve aumento de pelo menos 409 casos no estado, o que equivale a um acréscimo de 14,5% em relação ao registrado no ano passado.”, informou a Agência Lupa.
O site do Portal da Transparência chegou a ser atualizado para que a informação não gerasse confusão ou atos de má-fé, como os republicados pelo presidente. Além disso, há um atraso entre o registro do óbito de uma pessoa e a atualização no Portal, segundo informado, que pode demorar até duas semanas, conforme explicado pelo site de checagem.
Não é a primeira vez que Bolsonaro tem conteúdos limitados nas redes sociais por violar regras de uso da plataforma. Em março, o presidente teve dois vídeo apagados de sua conta no Twitter. Os vídeos mostravam um passeio do presidente por Brasília, durante a quarentena oficial, em que ele defendia o uso da hidroxicloroquina para populares e fala que o País só ficará imune depois que 60 a 70% dos cidadãos for infectado.
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