Quase 1 bilhão de pessoas estão confinadas devido ao coronavírus

De Paris a Nova York, de Buenos Aires a Roma, centenas de milhões vêm tentando se adaptar à nova rotina de restrições

Foto: Miguel Medina/AFP

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Mais e mais países vêm adotando medidas drásticas para restringir a circulação de pessoas. De Paris a Nova York, de Buenos Aires a Roma, centenas de milhões vêm tentando se adaptar à nova rotina de restrições.

Quase um bilhão de pessoas pelo mundo estão confinadas em suas casas neste sábado (21/03) por causa da pandemia do novo coronavírus, conforme mais e mais países, tanto em nível estadual quanto nacional, vêm adotando medidas drásticas para conter a circulação de pessoas e aglomerações.

De Roma a Nova York, de Buenos Aires a Paris, centenas de milhões de pessoas vêm tentando se adaptar às novas restrições. Neste sábado, a Bolívia foi o mais recente país a se juntar ao grupo de nações que decretou restrições em nível nacional para tentar frear o avanço da pandemia. Bélgica, França, Espanha e Itália também já determinaram que seus cidadãos só saiam de casa para desempenha atividades essenciais.

 

A agência AFP apontou que pelo menos 900 milhões de pessoas estão confinadas em suas casas em 35 países ao redor do mundo – incluindo 600 milhões de pessoas em 22 países que vem sendo submetidas a ordens obrigatórias para não sair de casa. O confinamento também será geral a partir de domingo na Tunísia. Na terça-feira, será a vez da Colômbia. A Argentina já havia anunciado a medida na quinta-feira.

Já a Itália chegou ao décimo dia da imposição de uma quarentena nacional, que deve se estendida além da data original, 3 de abril. O país já registrou quase 5 mil mortes pela Covid-19, ultrapassando recentemente a China, país de origem da doença, em total de óbitos. Só entre quinta-feira e sexta, mais de 600 morreram no país europeu. Neste sábado, o país teve um novo recorde diário: quase 800 mortes.


Quase 300 mil pessoas testaram positivo para o novo coronavírus pelo mundo. Mais de 12 mil já morreram. Outros países vêm impondo quarentenas em nível local. Nos EUA, os governos dos estados da Califórnia, Illinois e de Nova York, que combinados concentram mais de 70 milhões de habitantes, anunciaram nesta semana políticas para forçar o confinamento.

“Quando falo sobre a ação mais drástica que podemos tomar, essa é a ação mais drástica que podemos tomar”, disse na sexta-feira o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ao anunciar a medida. Nas 24 horas que precederam o anúncio, Nova York registrou 2.950 novos casos da covid-19, elevando o total para mais de 7.000. Apesar das medidas tomadas pelos três estados, o presidente Donald Trump ainda afirma que não acredita por enquanto que uma quarentena nacional seja necessária neste momento.

No Brasil, o governo do estado de São Paulo anunciou neste sábado que determinou o fechamento de todo o comércio e serviços não essenciais. Na Alemanha, apenas o estado da Baviera decretou quarentena geral, permitindo que as pessoas saiam de casa apenas para ir ao trabalho, ao médico ou para fazer compras. Por enquanto, o governo da chanceler federal Angela Merkel afirma que vai analisar o comportamento dos alemães neste fim de semana, para analisar se a política de recomendação deve dar lugar a quarentenas mais drásticas.

“Temos que parar de nos encontrar com outras pessoas. Se isso não acontecer, decisões que estamos preferindo evitar terão que ser tomadas pelos estados federais”, declarou Helge Braun, a chefe da Casa Civil de Merkel, à revista Der Spiegel.

Já o Reino Unido vem adotando medidas similares. Na sexta-feira, o governo anunciou restrições mais duras, ordenando o fechamento de bares e restaurantes. O primeiro-ministro Boris Johnson ainda prometeu cobrir até 89% dos salários dos trabalhadores afetados.

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