SP tem mais de 11 mil leitos de UTI ocupados e bate limite estipulado pelo governo

Ocupação ultrapassou 80%, mas flexibilizações ainda continuam válidas

Paciente de coronavírus é tratado em hospital de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Foto: Silvio AVILA/AFP

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O estado de São Paulo tem 11.189 pacientes de Covid-19 internados em leitos de UTI e 13.358 em leitos de enfermaria, índices que ultrapassam o limite previsto pelo governo de João Doria (PSDB) na última atualização do Plano São Paulo, que delimita as flexibilizações da quarentena.

Com isso, o percentual de ocupação das UTIs está em 83,2%, o que representa um crescimento de 1,53% em relação à semana anterior e de 8,03% no comparativo de 14 dias. As informações foram compiladas até a terça-feira 8 pela plataforma InfoTracker, de pesquisadores da USP, Unesp e do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, da FAPESP.

Apesar das mudanças, o estado ainda permanece na nomeada “fase de transição”, que não leva em conta os índices recomendados pelo Plano São Paulo original. Se o projeto fosse seguido a rigor, com os índices de agora, a maior parte do estado estaria na fase vermelha, a mais restritiva.

No dia 1º de junho, foram ampliados os horários de funcionamento de estabelecimento comerciais, que agora podem ficar abertos até às 22h, com 40% da ocupação máxima. Antes, esse percentual era de 30%. Na ocasião, a taxa de ocupação de UTIs já era de 79%, com 10.129 internados nos leitos para pacientes mais graves e outros 11.983 em vagas de enfermaria.

 


 

Na coletiva que anunciou as mudanças, o secretário executivo do Centro de Contingência da Covid, João Gabbardo, afirmou que a projeção máxima era de 11 mil pessoas em leitos de UTI, como demonstra o alcançado na terça-feira 8.

Em entrevista ao portal G1, o coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, afirmou que, pelo aumento diário estar na casa do 0,5% ao dia – em comparação ao crescimento de até 3% entre fevereiro e abril -, “esse momento é distinto daquele”.

“É uma situação tensa, que preocupa, que faz com que estejamos acompanhando todos os dias, mas não é uma situação que consideramos fora de controle. Não há uma perspectiva de colapso, embora a situação seja preocupante”, declarou.

Nesta quarta-feira 9, o governo estadual fará mais uma coletiva para anunciar o monitoramento e possíveis mudanças relacionadas às flexibilizações concedidas.

 

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