Vacina desenvolvida por Oxford tem resultados animadores e gera imunidade

As primeiras fases de testes da vacina contra o coronavírus conseguiram identificar a criação de anticorpos e células-T contra o coronavírus

Unidade de Tratamento Intensivo no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre (RS). Foto: Silvio Avila/AFP

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Pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram, nesta segunda-feira 20, que as primeiras fases de testes da vacina contra o coronavírus conseguiu identificar a criação de anticorpos contra o Sars-Cov-2 e a criação de células-T para combater a infecção.

A notícia foi publicada na revista médica britânica The Lancet e traz detalhes sobre a resposta imunológica da vacina em desenvolvimento, que tem parte da terceira fase – a de testes – sendo realizada no Brasil.

Nessas fases, 1077 adultos participaram dessa fase de testes, diz a Universidade de Oxford, que desenvolve a vacina em parceria com o laboratório farmacêutico AstraZeneca. Segundo os pesquisadores, a resposta imunológica apareceu com mais força após 56 dias do início dos testes e a aplicação de mais uma dose da vacina testada.

Também foram identificados os possíveis efeitos colaterais do fármaco, que, segundo indicam as pesquisas, seriam menores do que as vacinas contra meningite, por exemplo. Dores de cabeça e fadiga foram sintomas apontados pelos voluntários.

Assim como os anticorpos, as células-T também reconhecem organismos invasores por meio de proteínas contidas no material genético do vírus, mas, nesse caso específico, há o reconhecimento e destruição das células infectadas pelo vírus. As células-T, segundo a pesquisa, atingiram o pico no corpo a partir do 14º dia após a primeira dose da vacina, e não se alterou com uma segunda aplicação.

O biólogo e divulgador científico Átila Iamarino explicou a diferença entre anticorpos e célular-T em uma publicação nas redes sociais:


Brasil participa de fase de testes desta e de outras vacinas

A terceira fase da “vacina de Oxford”, como ficou conhecida, possui testagem no Brasil devido a uma parceria estabelecida entre a Universidade e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Cerca de 2 mil voluntários em São Paulo e mil no Rio de Janeiro receberam a dose a partir de 20 de junho.

O acordo, quando celebrado, prevê a transferência de tecnologia de formulação, o envase e o controle de qualidade. Será utilizada a previsão legal de encomenda tecnológica prevista na lei nº 10.973, de 2004, e amparada na lei de licitações, a 8.666, de 1.993.

A Coronavac, vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, começa a ser testada no Brasil nesta terça-feira 21. As primeiras unidades chegaram nesta madrugada ao Brasil. O imunizante será aplicado em cerca de 9 mil voluntários em seis estados: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

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