A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) enviou nesta terça-feira 15 uma carta ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual critica as medidas apresentadas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para o processo de imunização contra a Covid-19.
Além disso, os especialistas protestam contra a inclusão de nomes da associação no documento produzido pela Saúde e enviado ao STF.
“A Abrasco não considera o que foi anunciado pelo MS [Ministério da Saúde] como um verdadeiro e efetivo plano para contenção da pandemia mediante vacinação de abrangência nacional. Entende que esse anúncio apenas enumera medidas parciais, e em alguns casos equivocadas, em resposta à crescente demanda da sociedade. Portanto o que foi apresentado é de exclusiva responsabilidade do Governo Federal”, diz a associação.
“Em segundo lugar, vem, de pronto, protestar contra a inclusão dos nomes de muitos desses professores e pesquisadores no documento enviado a essa egrégia Corte e amplamente divulgado. Estes profissionais foram recomendados ao MS, atendendo a expressa demanda institucional, para contribuir à construção do assim chamado ‘plano’ de vacinação contra a COVID-19, porém o acolhimento de suas recomendações técnico-científicas ocorreu em graus variados e sempre ancilares. Pelo exposto, a presença de seus nomes, na condição ambígua de elaboradores ou colaboradores, pode permitir a incorreta interpretação do seu envolvimento e, portanto, responsabilidade pela autoria do trabalho apresentado”, diz ainda a carta.
A Abrasco ressaltou que é parte da história do Programa Nacional de Imunizações incluir a participação de consultores externos no planejamento de suas ações. No entanto, os especialistas destacam que essa contribuição, no presente caso, se deu de forma “esporádica, pouco sistemática e variável segundo a convocação de cada segmento e cada participação de cada colaborador”.
“A Abrasco considera imperativa e urgente a apresentação de um verdadeiro, completo e detalhado plano orientador para uma Campanha Nacional de Imunização contra a COVID-19”, finaliza a associação.
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