Justiça

Barroso não pauta julgamento sobre a descriminalização do aborto para outubro

A análise da ação, apresentada em 2017 pelo PSOL, começou em 22 de setembro, no plenário virtual

Barroso negou pedido da Defensoria em dezembro, mas órgão diz que mortes na Operação Verão justificam obrigatoriedade do uso de câmeras. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, não pautou para as sessões remanescentes de outubro a retomada do julgamento que pode descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação.

A Corte divulgou a agenda das sessões previstas para 18, 19, 25 e 26 de outubro, sem a previsão de discutir a interrupção voluntária da gravidez.

O julgamento da ação, apresentada em 2017 pelo PSOL, começou em 22 de setembro, no plenário virtual. A então presidente do STF, Rosa Weber, proferiu o primeiro voto, a favor da descriminalização. Logo na sequência, Barroso pediu destaque, ou seja, levou o caso para o plenário presencial.

Na condição de presidente, Barroso tem a prerrogativa de escolher quando pautar a volta da análise. Segundo indicações fornecidas após sua posse, no entanto, a ação do PSOL não deve ter um desfecho breve.

Em 29 de setembro, um dia após assumir a presidência do Supremo, o ministro afirmou que o debate sobre a descriminialização “talvez ainda não esteja maduro” e defendeu que o tema também seja discutido pelo Poder Legislativo.

“O aborto é uma questão controvertida em todo o mundo. Acho perfeitamente normal que uma questão extremamente plausível e divisiva da sociedade como essa seja debatida no Congresso também”, disse o magistrado. Na sequência, declarou que as discussões envolvem “sentimentos religiosos respeitáveis” e ponderou que o tema pode retornar à pauta do tribunal até 2025, ainda durante seu mandato.

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