O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira 18 que o trabalhador rural brasileiro não foi “frouxo” durante a pandemia do novo coronavírus.
“Graças a vocês que não pararam, nós, da cidade, continuamos sobrevivendo. Se o ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’ fosse aplicada no campo, teríamos desabastecimento, fome, miséria e problemas sociais. Parabéns a vocês que não se mostraram frouxos na hora da angústia, como diz aqui a passagem bíblica”, declarou o presidente durante evento em Goiás.
A passagem bíblica a que Bolsonaro se refere diz que “se te mostrares frouxo no dia da angústia, sua força será pequena”. Pela manhã, ele já havia publicado a mensagem nas redes sociais.
No dia 10 de novembro, questionado sobre a possibilidade de uma segunda onda da Covid-19, Bolsonaro disse que o Brasil “tem que deixar de ser um país de maricas”.
“Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar”, declarou.
Segundo o mais recente balanço do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgado na noite da última terça-feira 17, a Covid-19 já matou 166.699 pessoas no Brasil e infectou 5.911.758 desde o início da pandemia.
Na terça-feira, dados divulgados pelo Imperial College, de Londres, indicaram aceleração da pandemia no Brasil. No dia 10 de novembro, o índice que mede o ritmo de transmissão (Rt) estava em 0,68. Na terça, estava em 1,10. Pela margem da universidade britânica, o Rt brasileiro pode variar de 1,05 até 1,24.
Isso significa que um grupo de 100 pessoas infectadas transmite o vírus a outras 110 pessoas, o que representa um aumento na disseminação do vírus. Quando o Rt está acima de 1, conclui-se que uma pessoa que contraiu o vírus o transmite para mais de uma pessoa, o que leva à propagação da doença.
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