Sociedade
Brancos ganham em média 64% a mais que pessoas pretas com o mesmo nível de escolaridade
Pesquisa do IBGE aponta que segregação racial atinge ocupações formais e informais no mercado de trabalho brasileiro
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Em 2022, pessoas brancas ganharam em média 64,2% a mais que pessoas pretas com os mesmos níveis de instrução. É o que revela a nova pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2023 do IBGE divulgada nesta quarta-feira 6.
Pessoas brancas ganharam em média R$ 20 no rendimento-hora, enquanto pessoas pretas receberam R$ 12,4. A maior diferença registrada foi entre trabalhadores que possuem nível superior completo, com R$ 3530 para brancos e R$ 25,70 para pretos ou pardos.
Ao analisar recortes de gêneros, homens em geral receberam 27% mais que mulheres, porém o rendimento das mulheres brancas ainda supera o de homens pretos ou pardos.
Mais informalidade entre pretos e pardos
A proporção de trabalhadores em ocupações informais em 2022 atingiu 40%, mas para homens pretos e pardos o número chega a 46,6%, enquanto homens brancos classificam abaixo da média geral com 33,3% dos cargos ocupados em situação de informalidade.
Embora pessoas pretas representem 54,2% do total de pessoas em atividades remuneradas no país, o recorte por atividade econômica revela a segregação racial no mercado de trabalho.
A proporção de trabalhadores pretos ou pardos é mais vista na Agropecuária (62,0%), na Construção (65,1%) e nos Serviços domésticos (66,4%), atividades com rendimentos inferiores à média em todos os anos da série.
Em contrapartida, atividades com rendimentos médios ou mais elevados, como áreas de informação, financeiro e administração pública têm proporcionalmente maior presença de pessoas brancas, até 55,9%.
Percentual de pobreza caiu
O percentual de pessoas em situação de pobreza caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022, enquanto a proporção de pessoas em extrema pobreza caiu de 9% para 5,9%, neste período.
Os dados estão na Síntese de Indicadores Sociais 2023: uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2022, havia 67,8 milhões de pessoas na pobreza e 12,7 milhões na extrema pobreza. Frente a 2021, esses contingentes recuaram 10,2 milhões e 6,5 milhões de pessoas, respectivamente.
O recuo no índice de pobreza acontece em todas as regiões do país, mas em especial no Norte e no Nordeste, que diminuíram 5,9% e 5,8% respectivamente.
No recorte de raça, pessoas pretas (40%) ainda são até duas vezes mais pobres que pessoas brancas (21%).
No ano, o rendimento de pessoas consideradas em situação de extrema-pobreza adveio 67% da participação em programas sociais enquanto o trabalho foi responsável por apenas 27,4%. Na população pobre a situação é inversa: os benefícios de programas sociais representaram 20,5% dos rendimentos e a renda do trabalho, 63,1%.
*Com informações da Agência Brasil
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