Política

CACs já superam total de PMs e de integrantes das Forças Armadas em todo o País

Atualmente, existem 2,8 milhões de armas registradas em acervos particulares

Imagem: iStock
Apoie Siga-nos no

O grupo de CACs, sigla que reúne colecionadores de armas, atiradores profissionais e caçadores, cresceu significativamente na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Em meio à política pró-armamento do governo, esse contingente cresceu 474%: passou de 117.467, em 2018, para 673.818 este ano, até 1º de julho.

O número de pessoas cadastradas como CACs é maior do que os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o País. Também é maior do que o efetivo de 360 mil homens das Forças Armadas.

Atualmente, existem 2,8 milhões de armas registradas em acervos particulares. Além da quantidade definida como pertencente a CACs, que chega a 957,3 mil. Outras 692,5 mil armas pertencem a cidadãos comuns com autorização para posse ou porte.

Extensões

Assim como os registros de novas armas e o credenciamento de CACs, as lojas de armamento e os clubes de tiros também cresceram exponencialmente no governo Bolsonaro. Hoje, existem 2.066 clubes em todos os Estados. Alguns têm em seus nomes inspiração nacionalista: Patriotas do Brasil, Pátria Armada, Brasil Atividades de Tiro e Armas Brasil.

O número de clubes de tiros no País é maior do que a quantidade de diretórios de dois jovens partidos com representação na Câmara: a Rede e o Novo, ambos deferidos pelo TSE em 2015. O Novo tem 29 e a Rede, 147, segundo dados da Corte Eleitoral. A quantidade de clubes e associações de tiros é quase semelhante ao número de diretórios do PL. A sigla pela qual o presidente Jair Bolsonaro vai concorrer ao Palácio do Planalto tem 2.250 unidades partidárias, das quais 99,2% são provisórias.

Movimentação política

Como revelou o Estadão, os CACs se articulam para a partir de 2023 formar uma bancada no Congresso. Em todo o País, há 34 pré-candidaturas a deputado federal, senador e governador de nomes ligados à Associação Proarmas, a mais representativa da classe. Para os legislativos estaduais e distrital, há mais 23 nomes sendo preparados. Nos planos do maior grupo armado do País também está a criação de um partido político.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo