O Grupo Carrefour anunciou, nesta quarta-feira 17, que irá exigir que os agentes de segurança terceirizados que atuam nas áreas externas de lojas usem câmeras corporais.
A justificativa da ação, segundo o grupo, é para o pleno “acompanhamento das atividades realizadas por esses profissionais, contribuindo para a prevenção de casos de violência, discriminação e racismo”.
A medida expande a determinação do grupo, que em 2021, implementou a política de bodycams aos funcionários da parte interna da empresa.
A expansão da medida vale para todas as bandeiras do grupo Carrefour: Sam’s Club, Big e Big Bompreço, bem como para os seguranças terceirizados. A previsão é que a nova política seja completamente implementada até o final do ano.
Ela é consequência dos recentes casos de violência e racismo na rede de supermercados. O último aconteceu em uma unidade do Big Bompreço na Bahia, pertencente ao grupo Carrefour.
Um casal, após ser acusado de furto, foi espancado e sofreu ameaças dos seguranças da rede. Na gravação, é possível vê-los encostados em uma parede enquanto levam tapas no rosto. Ao serem questionados sobre o furto, a mulher abre a bolsa e diz que pegou sacos de leite em pó porque sua filha “está precisando”.
Casal negro é torturado por seguranças da rede Carrefour após furtarem leite para seus filhos, em Salvador. #Carrefour #tortura pic.twitter.com/TtVzLvsjEr
— ✠ ✰ 𝒜𝓃𝓉𝑜𝓃𝑒𝓁𝓁𝒾 ✰ ✠ (@antonellibjj) May 7, 2023
O Carrefour informou ter rescindido o contrato com a empresa de segurança e denunciado o caso à Polícia Civil. O Ministério dos Direitos Humanos também anunciou um pacote de medidas para regulamentação das empresas de segurança nestes casos.
A empresa também comunicou uma “ampla reestruturação na diretoria da empresa em diferentes áreas, com novos nomes em posições de liderança, resultando em maior representatividade de profissionais negros”.
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