Economia

Caso de ‘vaca louca’ no PA é atípico, confirma laboratório; governo espera retomar exportações para a China

O próximo passo será agendar uma reunião virtual com o governo chinês para concretizar o desembargo

Arquivo/Agência Brasil
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O Ministério da Agricultura e Pecuária informou na noite desta quinta-feira 2 que o caso de “vaca louca” registrado no Pará se trata de uma infecção atípica, de acordo com exame realizado em um laboratório de referência no Canadá.

O caso é considerado atípico quando surge espontaneamente na natureza, sem representar risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano. A doença foi atestada em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade. O animal, criado em pasto, foi abatido e sua carcaça foi incinerada no local.

Agora, o governo federal espera retomar prontamente as exportações de carne bovina para a China, que haviam sido suspensas em 22 de fevereiro após a confirmação do caso de Encefalite Espongiforme Bovina em Marabá (PA).

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, já comunicou o resultado da amostra ao presidente Lula (PT) e começou a inserir as informações no sistema para a comunicação oficial à Organização Mundial de Saúde Animal e às autoridades chinesas.

O próximo passo, informou o ministério, será agendar uma reunião virtual com o governo chinês para concretizar o desembargo.

Os últimos casos de “vaca louca” registrados no Brasil haviam ocorrido em 2021, em Minas Gerais e em Mato Grosso. Na ocasião, os episódios também foram atípicos, mas a China suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.

Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de “vaca louca”, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da “vaca louca” é uma doença degenerativa também chamada de Encefalite Espongiforme Bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.

Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da “vaca louca” em humanos na Grã-Bretanha, o que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. À época, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.

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