Contra “rolezinho”, shopping em Brasília fica fechado neste sábado

Evento marcado no Facebook tinha cerca de 3 mil confirmações. Em nota, Iguatemi informou que o fechamento era "para garantir a segurança de seus clientes e lojistas"

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Contra um “rolezinho” marcado para este fim de semana nas redes sociais, o shopping Iguatemi, localizado na área norte de Brasília, informou, por meio de nota, ter decidido fechar o centro comercial neste sábado 25. A mobilização marcada para acontecer no shopping tinha cerca de 3 mil confirmações.

Em nota, o Iguatemi informou que respeita atividades democráticas e pacíficas, mas que o espaço físico e a operação de um shopping não são planejados para receber qualquer tipo de manifestação. “Com o compromisso de garantir a segurança de seus clientes, lojistas e colaboradores, e de acordo com procedimento padrão utilizado em situações semelhantes, o empreendimento estará fechado excepcionalmente neste sábado, 25 de janeiro”.

Na página de convocação do “rolezinho” do Iguatemi, o movimento é justificado como um protesto contra a “privatização de espaços públicos, o subfinanciamento governamental das políticas sociais e a criminalização da pobreza”. O convite não deixa de lado, no entanto, o objetivo mais informal dos encontros nos shoppings centers, que é a reunião de jovens. O movimento convoca jovens de todas as tribos, alerta contra o uso de drogas no local e pede que o “rolezinho” seja pacífico.

Franklin Rabelo de Melo, um dos criadores do evento do Iguatemi no Facebook, afirmou que independente do centro estar fechado, o “rolezinho” será mantido no mesmo local. De acordo com ele, a orientação é para os participantes irem para a entrada principal do shopping. Na página do evento, os participantes discutem a possibilidade de fazer o “rolezinho” em outros shoppings, como o Conjunto Nacional, no centro da cidade, que é aberto.

Há outro “rolezinho” marcado para ocorrer no Parkshopping, na área sul da capital federal, porém com menos adesões, menos de 200 pessoas. O estabelecimento divulgou nota informando que tem acompanhado a questão e que sempre que toma conhecimento de algum evento que possa afetar o bem-estar de seus clientes e lojistas, toma as medidas que entende cabíveis. Na nota, o shopping explica que respeita a lliberdade de ir e vir de qualquer indivíduo, desde que sejam assegurados os direitos dos cidadãos como um todo.

Apesar de, originalmente, esse movimento ter sido organizado por meio de redes sociais como uma forma de socialização, lazer e expressão de jovens da periferia, os rolezinhos ganharam a atenção do País e se tornaram uma plataforma de manifestação pelo direito de ir e vir. As discussões passaram a ser politizadas, especialmente em relação ao que é considerado “a privatização de espaços públicos” e a favor do aumento de investimentos em políticas públicas voltadas à juventude.


Com Agência Brasil

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