Crítica a Bolsonaro, modelo coroada vice Miss Universo é vetada em cerimônia do Miss Brasil

A produção do evento é controlada pelo empresário Winston Ling, um notório apoiador do presidente

Reprodução Instagram

Apoie Siga-nos no

Vencedora do Miss Brasil 2020 e atual vice Miss Universo, a modelo brasileira Julia Gama foi desconvidada a participar da cerimônia de coroação de sua sucessora. O motivo? Segundo ela, as críticas que fez ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

A produção do Miss Brasil é controlada pelo empresário Winston Ling, um notório apoiador do presidente.

No Instagram, Julia contou ter recebido um e-mail informando que a sua presença não seria mais necessária na coroação. “Como eles não deram explicações do porquê de tal decisão me resta respeitar a decisão deles mesmo sem entendê-la”, escreveu.

Ela sugere que seus posicionamentos políticos poderiam ter levado à decisão. Julia, que tinha o contrato com a organização até maio de 2021, disse ter se mantido neutra até então. “Eu nunca me posicionei politicamente, embora a organização não fosse neutra e seus presidentes, donos e diretores se pronunciassem constantemente a favor do Bolsonaro.”

A partir de junho, porém, ela passou a publicar postagens críticas ao presidente nas redes sociais. Durante as manifestações de 7 de Setembro, por exemplo, a Miss publicou um vídeo contra o presidente. Ela também já havia se manifestado contra atitudes que considera machistas, como o controle sobre a vida privada das candidatas e a falta de espaço para que elas se emitissem opinião.

Em nota, a organização do evento afirmou que a modelo teria descumprido cláusulas do contrato.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.