Diretor da PRF diz que morte de Genivaldo foi ‘traumática’ e se desculpa com a família

Genivaldo morreu por asfixia dentro de uma viatura da corporação em Sergipe

Homem negro foi morto sob tortura pela PRF no ano passado. Foto: Reprodução

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O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Oliveira, pediu desculpas à família de Genivaldo Santos, morto por policiais da corporação há exatamente um ano, durante uma abordagem em Sergipe. 

Genivaldo morreu de forma brutal em uma viatura da PRF, asfixiado por gás lacrimogênio, em 25 de maio de 2022.

A necropsia apontou que os gases causaram um colapso nos pulmões do homem. Os três agentes envolvidos no caso estão presos desde outubro passado. 

“O fato é traumático para a instituição. O fato é mais traumático ainda para a família. Por isso eu externei a minha consternação, a minha solidariedade à família. E fiz o pedido formal de desculpa à família. É um evento que nós não queremos ver se repetir”, disse Oliveira a jornalistas.

O pedido foi feito em um evento no qual a PRF anunciou um plano para que agentes passem a utilizar câmeras em seus uniformes durante o trabalho.

Na visão do diretor-geral, os dispositivos ajudarão a evitar casos de violência desproporcional nas abordagens policiais. A licitação para a compra dos equipamentos está prevista para abril de 2024.


No evento, Oliveira ainda elencou as medidas já adotadas para evitar novos abusos, entre elas a criação de uma coordenação-geral de Direitos Humanos dentro da instituição e ajustes nos cursos de formação para policiais rodoviários federais. 

O diretor-geral também apontou que os policiais envolvidos na morte de Genivaldo “estavam com o nível de estresse alterado” devido ao assassinato de dois colegas, no Ceará, poucos dias antes.

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