Sociedade

Em delação, Élcio Queiroz confessa participação na morte de Marielle e detalha atuação de Lessa e Suel

Ex-PM confessou ter dirigido o carro no dia do assassinato contra a vereadora e atribuiu a Lessa os disparos de submetralhadora; Suel foi preso em operação da PF nesta segunda

Foto: Reprodução/TJ
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O ex-policial militar Élcio Queiroz celebrou delação premiada com a Polícia Federal e com o Ministério Público do Rio de Janeiro, fornecendo novos detalhes relacionados com o homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. 

No depoimento, já homologado pela Justiça, Élcio confessou que dirigiu o carro usado no ataque e afirmou que Ronnie Lessa foi responsável pelos disparos contra a vereadora. 

Élcio ainda apontou a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa no crime, tendo ele executado ações de vigia na rotina de Marielle. Ele também teria sido o responsável pela destruição do carro usado no atentado, ocultando provas. 

Maxwell, mais conhecido como Suel, foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura dos homicídios ocorridos em março de 2018. Os três acusados participam de facções criminosas em atuação no Rio de Janeiro. 

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira 24, o ministro da Justiça Flávio Dino informou que a delação serviu para sanar as dúvidas existentes sobre a execução do crime e podem levar a descoberta dos mandantes do assassinato de Marielle, ainda não identificados. 

“As dúvidas que pairavam foram removidas. Há convergência quanto a narrativa do Élcio com relação a outros aspectos que já se encontravam em posse da polícia”, disse o ministro. 

Dino ainda pontuou que a delação não deverá encerrar os trabalhos de investigação. 

“Não há, de forma alguma, a informação de que a investigação se ache concluída. Mas há um avanço, uma mudança de patamar da investigação. Se conclui o patamar da execução e avança para um novo patamar, da investigação dos mandantes do crime”, explicou. 

O ministro também confirmou que as medidas de busca e apreensão e prisão desta manhã podem levar a descoberta do envolvimento de outras pessoas no crime. 

“Nas próximas semanas deverá haver novas operações derivadas do conjunto de provas colhidas nas operações de hoje”, disse o ministro. 

Dino ainda confirmou que, mesmo com a delação premiada, que está em sigilo de Justiça, Élcio continuará preso em regime fechado. Os termos do acordo com o ex-PM ainda não foram divulgados. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, prometeu um balanço com mais detalhes sobre a operação ainda nesta segunda-feira.

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