Economia

Ex-CEO da Americanas é preso na Espanha

Miguel Gutierrez havia sido adicionado à lista de procurados pela Interpol após não ser encontrado pela PF no Rio; empresário teve a prisão decretada por envolvimento na fraude bilionária na varejista

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas - Reprodução/Americanas Summit 2021
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O ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri, na Espanha, nesta sexta-feira 28. A prisão foi efetuada por policiais espanhóis após o nome do empresário ser adicionado à lista de procurados pela Interpol. A informação foi divulgada em primeira mão pela jornalista Malu Gaspar, em blog publicado pelo jornal O Globo.

A detenção de Gutierrez ocorre apenas um dia depois de agentes da Polícia Federal não obterem sucesso na tentativa de cumprir um mandado de prisão preventiva contra ele no Rio de Janeiro. A prisão foi determinada no âmbito da operação Disclosure, que apura a fraude bilionária nas contas da varejista.

Não está claro de Gutierrez, que tem cidadania espanhola, será extraditado. Ele mora na Espanha desde que o escândalo fiscal veio à tona.

A operação da PF tentou, também, prender Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas. Ela também não foi encontrada e é considerada foragida. A informação é de que ela deixou o Brasil rumo a Portugal no último dia 15.

Além das tentativas de prisões, os agentes também fizeram buscas e apreensões em endereços ligados aos ex-executivos. Ao todo foram 15 ordens judiciais cumpridas e um bloqueio de bens que soma 500 milhões de reais.

Crimes

Em nota, a PF detalhou, sem citar nomes, as suspeitas contra os ex-executivos da Americanas:

“Os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos. Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.”

Ainda de acordo com a corporação, os então diretores da Americanas teriam praticado o crime de manipulação de mercado, usando informação privilegiadas. Eles são acusados, por fim, de formarem uma associação criminosa para promover a lavagem de dinheiro.

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