Sociedade

Garimpeiros afundam canoa com crianças na Terra Yanomami

A Hutukara Associação Yanomani enviou mais um ofício à Funai, à PF, ao Exército e ao MP pedindo proteção

Foto: Leo Ramirez/AFP
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Garimpeiros invasores da Terra Indígena Yanomami afundaram uma canoa com crianças e jovens indígenas na última quinta-feira 17 na região de Palimiú (RR), segundo informação divulgada pela Hutukara Associação Yanomami.

A associação detalha que os cinco garimpeiros aceleraram um barco contra a canoa dos Yanomami. Após a pequena embarcação afundar, os indígenas nadaram e se esconderam na mata.

A Hutukara Associação Yanomami enviou mais um ofício à Fundação Nacional do Índio, à Polícia Federal em Roraima, ao Exército e ao Ministério Público estadual solicitando que o Poder Público aja de forma “sistemática e permanente” para garantir a segurança no local.

“Os Yanomami continuam sujeitos aos recorrentes episódios de ataques e hostilidades contra suas vidas”, diz o documento assinado pelo vice-presidente da Hutukara, Dario Kopenawa.

Na última segunda-feira 14, o Ministério da Justiça autorizou o uso da Força Nacional de Segurança para tentar conter os ataques violentos de garimpeiros à comunidade Palimiú. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e tem validade de 90 dias, prorrogáveis. A determinação ocorre mais de um mês depois do início da ofensiva de garimpeiros contra indígenas na região.

Em reportagem publicada por CartaCapital logo após os primeiros ataques, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami, denunciou a omissão dos governos federal e de Roraima na proteção da comunidade.

“Estão muito omissos nisso. O povo yanomami está com medo, não estão conseguindo dormir. É muito revoltante isso”, afirmou. “Precisamos forças o governo federal a fazer uma intervenção imediata nessas comunidades”.

Na última quarta-feira 16, a maioria do Supremo Tribunal Federal determinou que o governo de Jair Bolsonaro adote imediatamente todas as medidas necessárias a fim de garantir a proteção dos indígenas nas terras Yanomami e Munduruku.

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