Justiça
Ministério Público denuncia cinco homens pelo assassinato de Mãe Bernadete
Dois dos cinco suspeitos estão presos desde setembro pelo assassinato da Ialorixá
O Ministério Público estadual da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, conhecida como Mãe Bernadete. A denúncia foi oferecida na segunda-feira 13 pelo Gaeco, mas somente oficializada nessa quinta-feira 16.
Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus foram denunciados por homicídio qualificado, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima.
Dos cinco suspeitos, Arielson e Sérgio já haviam sido presos em setembro. Os outros três ainda não foram detidos pela Polícia.
Relembre o caso
Mãe Bernadete, como era conhecida, foi executada a tiros em 17 de agosto, após ter sido feita dentro de casa. Ela vinha recebendo ameaças de morte há seis anos e, após o assassinato do seu filho Gabriel, foi incluída em um programa de proteção a lideranças ameaçadas.
Os suspeitos chegaram e saíram de moto do quilombo em que Mãe Bernadete e sua família moravam. Segundo relato de Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, neto que estava em casa no momento do assassinato, os suspeitos eram negros e usavam roupas pretas, capas de chuva e capacetes.
Em depoimento, Wellington descreve que Mãe Bernadete abriu a porta para os bandidos, acreditando tratar-se de um assalto.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.